Promessas de ajuste fiscal

Após disparada do dólar: Lula traça rumo fiscal para 2025

Embalado por desafios econômicos, presidente traça estratégias para 2025 e promete ajustes fiscais se necessário.

Foto/Reprodução: Lula foto oficial
Foto/Reprodução: Lula foto oficial | Foto/Reprodução: Lula foto oficial
  • O presidente ressaltará o esforço fiscal do governo na reunião ministerial de sexta-feira, 20 de dezembro
  • Lula sinaliza que poderá realizar novos ajustes fiscais nos próximos dois anos, se necessário
  • Mesmo com as aprovações no Congresso, o dólar continua alto, gerando dúvidas sobre a eficácia das medidas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se prepara para a última reunião ministerial de 2024, que ocorrerá na sexta-feira (20), onde reforçará o compromisso do governo com o esforço fiscal.

Com o cenário econômico desafiador, o petista tem a intenção de destacar as medidas fiscais que estão sendo implementadas para manter o equilíbrio das contas públicas. Além de sinalizar que, se necessário, poderá fazer novos ajustes no orçamento nos próximos dois anos.

O pacote fiscal, que tem sido um dos principais pilares da atual gestão, também será um tema central em seu discurso.

Encontro com todos os ministros

Lula retornará a Brasília na quinta-feira (19), e, no dia seguinte, terá um encontro com todos os ministros para fazer um balanço de 2024. E, assim, repassar diretrizes para o ano seguinte.

A reunião, que já é tradicional no final de cada ano, servirá para alinhar as estratégias para 2025, com o presidente afirmando, segundo assessores, que o governo está disposto a tomar medidas adicionais, caso o cenário econômico exija. Ele enfatizará a importância de uma política fiscal responsável para enfrentar os desafios atuais.

Dólar em alta e expectativas do governo

Em meio à crise do câmbio, o presidente também abordará a alta do dólar, que atingiu a marca dos R$ 6,20 nesta terça-feira (17), preocupando tanto o governo quanto o mercado.

Apesar da aprovação de reformas no Congresso e das medidas fiscais em andamento, o dólar tem se mostrado resistente, com poucas mudanças, o que gera um ambiente de incerteza.

Lula aproveitará a reunião para reafirmar que, apesar dos esforços fiscais, ajustes adicionais podem ser feitos para conter a pressão sobre a moeda, se necessário.

No entanto, dentro da equipe econômica, já há ceticismo sobre a eficácia das medidas na diminuição do valor da moeda estrangeira.

Muitos acreditam que o dólar depende de fatores externos, que vão além da capacidade de controle do governo. A falta de respostas rápidas e definitivas também levanta questões sobre a necessidade de uma ação mais agressiva para enfrentar o problema cambial.

Além disso, assessores próximos ao presidente sugerem que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inicie 2025 com uma série de encontros diretos com investidores e o mercado financeiro. Dessa forma, buscando reforçar a confiança nas políticas econômicas do governo e, ao mesmo tempo, tranquilizar os agentes econômicos sobre a estabilidade do país.

Olhares para 2025

Apesar das dificuldades que marcaram 2024, Lula aproveitará a última reunião ministerial para projetar as expectativas para o próximo ano.

A agenda para 2025 será centralizada em manter o equilíbrio fiscal, mas também em consolidar as reformas necessárias para garantir a estabilidade da economia.

O presidente buscará não apenas resultados fiscais, mas também medidas de crescimento econômico e controle da inflação.

Em sua fala, Lula deve insistir na importância do trabalho conjunto entre os ministérios, afirmando que, apesar dos desafios, a articulação política será essencial para garantir que os objetivos do governo sejam alcançados.

O presidente ressaltará a importância do diálogo contínuo com o Congresso e as diversas esferas do governo para dar continuidade à sua agenda de reformas. E, assim, enfrentar os obstáculos econômicos do país.

Marco para o governo

A reunião, portanto, será um marco para o governo de Lula. Ela não só servirá para reforçar os compromissos fiscais e ajustes orçamentários, como também marcará o início da preparação para os desafios econômicos e políticos que virão em 2025.

O governo terá que navegar por uma economia volátil. E, assim, lidar com as expectativas de crescimento, além de manter o foco em ações que possam estabilizar o mercado financeiro e garantir o bem-estar da população.