
- Gol vai contratar um piloto por dia até o fim de 2025
- Companhia expande malha aérea e projeta 65 mil voos no verão
- Desafios incluem combustível caro e câmbio volátil
A aviação brasileira vive um momento de forte aquecimento. Somente em agosto, mais de 8,7 milhões de passageiros voaram em rotas domésticas, o maior número da série histórica, segundo a Anac.
Nesse cenário, e após encerrar a recuperação judicial nos EUA, a Gol (GOLL4) anunciou que deve contratar, em média, um piloto por dia até o fim de 2025, acompanhando a maior expansão de malha da história da companhia.
Expansão agressiva da malha
O plano prevê a entrada de 30 copilotos por mês para sustentar o crescimento. “Esse movimento acompanha o nosso crescimento”, afirmou o CEO Celso Ferrer.

Sendo assim, a companhia prepara a maior alta temporada de verão de sua história, com mais de 65 mil voos e 12 milhões de assentos disponíveis entre dezembro e fevereiro.
Além disso, com uma frota de 139 aeronaves e 13,9 mil colaboradores, a Gol busca consolidar sua presença no mercado doméstico e ampliar rotas internacionais.
Portanto, a meta é que 25% da operação seja internacional até 2030, aproveitando a retomada da demanda por viagens externas.
Recuperação e desafios
A Gol foi a segunda aérea brasileira a recorrer ao Chapter 11 nos EUA em 2024, em meio a atrasos na entrega de aeronaves e impactos da pandemia. O processo terminou em junho, com a empresa emergindo mais enxuta e competitiva.
A estratégia, agora, foca em ampliar a malha internacional, que já cresceu 62% no primeiro semestre de 2025, com novas rotas para Cancún, Aruba e Caracas, além de conexões inéditas como Belém-Miami e Rio de Janeiro-Mendoza.
Entretanto, analistas alertam para os desafios do setor: combustível caro, câmbio volátil e falta de uma agenda estrutural de longo prazo no Brasil.
“Se olharmos para o potencial do país, o crescimento poderia ser muito maior”, destacou Ferrer em entrevista à Reuters.
Pilotos no centro da estratégia
Entre setembro e dezembro, a Gol pretende contratar 120 copilotos e manter o ritmo de promoções internas. Somente neste ano, 116 tripulantes viraram comandantes após mais de uma década de carreira.
Ademais, o processo exige provas técnicas, horas de voo supervisionadas e certificação da Anac. Para atrair talentos, a empresa aposta em programas como a Academia de Águias, com 800 cursos técnicos e de liderança, além da Escala Mãe, que flexibiliza a jornada de tripulantes durante a maternidade.
Por fim, segundo o Chief People Officer, Jean Carlo Nogueira, o objetivo é transformar a Gol em referência para jovens pilotos. “O mercado está aquecido, e queremos mostrar que somos uma empresa de oportunidades. O engajamento do time é o que permite crescer de forma sustentável”, afirmou.