
O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do ex-presidente Donald Trump, intensificou nesta sexta-feira sua pressão diplomática sobre o Brasil. A mais recente medida inclui a revogação de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), liderados por Alexandre de Moraes, e promete sanções econômicas ainda mais pesadas na próxima semana.
Revogação de vistos de Ministros do STF
O governo dos Estados Unidos, agora novamente liderado por Donald Trump, elevou o tom contra o Brasil após as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em uma movimentação inédita, os Estados Unidos revogaram os vistos de entrada do ministro Alexandre de Moraes, seus familiares e de outros magistrados do STF, em resposta às determinações judiciais que impuseram uma série de restrições ao ex-chefe do Executivo brasileiro.
Segundo fontes ligadas ao Departamento de Estado norte-americano, a revogação dos vistos foi apenas o primeiro passo de uma série de medidas que devem se intensificar nos próximos dias. Representantes do governo Trump informaram interlocutores ligados ao bolsonarismo que uma nova rodada de sanções contra o Brasil deve ser anunciada já na próxima semana. As medidas poderão incluir restrições comerciais, suspensão de acordos de cooperação e sanções individuais contra autoridades envolvidas nas decisões contra Bolsonaro.
O recado foi transmitido em reuniões privadas entre aliados de Trump e parlamentares da oposição brasileira que estão em Washington desde o início da semana. Para o governo americano, o STF estaria conduzindo uma “perseguição política” contra Bolsonaro, em uma violação inaceitável das liberdades democráticas. O secretário de Estado, Marco Rubio, foi enfático ao classificar as ações do tribunal como “uma caça às bruxas judicializada”.
A decisão americana reacendeu o clima de tensão diplomática entre os dois países. O Itamaraty, até o momento, não emitiu nota oficial, mas integrantes do governo Lula classificaram a iniciativa como um ato de ingerência nos assuntos internos do Brasil. No entanto, o Planalto enfrenta uma crescente pressão internacional diante das críticas à atuação do STF em processos envolvendo figuras da direita política.
A relação entre Trump e Bolsonaro tem sido constantemente destacada como um fator sensível nessa crise. Ainda durante a campanha presidencial americana, Trump prometeu proteger seus aliados ideológicos na América Latina, citando o Brasil como um “exemplo de resistência conservadora”. Com o retorno ao poder, o republicano tem mantido essa postura, utilizando a máquina diplomática dos EUA para pressionar o governo Lula em múltiplas frentes.
Além da revogação dos vistos, a Casa Branca estuda ampliar tarifas sobre produtos brasileiros, como já ocorreu recentemente com a imposição de um tarifário de 50% sobre itens do agronegócio. Agora, novas medidas podem atingir setores estratégicos da economia, como o aço, a energia e a tecnologia. Um pacote mais amplo de sanções individuais, baseado na Lei Magnitsky, também está em análise, podendo impactar diretamente ministros, procuradores e até empresários ligados ao governo.
Resposta aos abusos do judiciário brasileiro
A ofensiva americana se fortalece com apoio da bancada conservadora no Congresso dos EUA, que promete pressionar por uma resposta mais dura caso o STF mantenha as restrições a Bolsonaro. Já no Brasil, parlamentares da oposição celebraram a atitude de Trump como um “freio internacional” aos abusos de autoridade por parte do Judiciário. Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, teria sido um dos articuladores dessa resposta internacional, segundo relatos de bastidores.
No Planalto, a preocupação é crescente. Apesar do discurso público de defesa da soberania nacional, interlocutores do governo admitem que o Brasil não deseja um confronto aberto com os EUA, especialmente diante da fragilidade econômica atual. A diplomacia brasileira busca uma solução negociada, mas a continuidade das ações judiciais contra Bolsonaro torna difícil qualquer sinal de recuo.
Nos bastidores, há o temor de que os desdobramentos da crise possam afetar investimentos e acordos comerciais em andamento com empresas americanas. Além disso, há dúvidas sobre a legalidade e o impacto das sanções em organismos internacionais como a OMC e a ONU.
Com a escalada da tensão, o Brasil se vê novamente no centro de uma disputa geopolítica carregada de simbolismo ideológico.
Resumo:
- EUA revogaram vistos de Moraes e outros ministros do STF após decisão contra Bolsonaro.
- Governo Trump prometeu sanções econômicas mais duras já na próxima semana.
- Clima de tensão cresce entre Brasil e EUA, com risco de impactos comerciais e diplomáticos.