
- Investidores estrangeiros poderão solicitar cidadania argentina com base em aportes “relevantes”
- Governo de Milei firmou acordo para isentar argentinos de visto para entrada nos Estados Unidos
- Estratégia mira transformar a Argentina em polo de investimentos e hub de mobilidade internacional
Plano ousado: cidadania por capital estrangeiro
O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta semana uma medida inédita para atrair investidores estrangeiros: a concessão de cidadania argentina para quem realizar aportes “relevantes” no país. Segundo o governo, o projeto busca transformar a Argentina em um destino atrativo para o capital internacional e acelerar a recuperação econômica com base na abertura de mercados e corte de burocracias.
De acordo com o anúncio, os detalhes sobre o valor mínimo do investimento ainda serão definidos por decreto, mas a prioridade será concedida a projetos considerados estratégicos. Além disso, os investidores poderão iniciar o processo de naturalização sem precisar cumprir os tradicionais dois anos de residência exigidos pela legislação atual.
Essa iniciativa integra um pacote mais amplo do governo Milei para internacionalizar a economia e tornar o país mais competitivo. Com isso, a Argentina se alinha a outros países que já adotam a chamada “golden visa” — prática comum em nações como Portugal, Grécia e Emirados Árabes, que trocam cidadania ou residência por aportes financeiros.
Entrada nos EUA sem visto: acordo em vigor
A medida ganha ainda mais relevância diante do novo acordo firmado entre Argentina e Estados Unidos. Desde o final de julho, o governo americano iniciou o processo para incluir a Argentina no Visa Waiver Program, que permitirá aos cidadãos argentinos entrarem nos EUA sem a necessidade de visto para estadias de até 90 dias, seja para turismo ou negócios.
Esse acordo representa uma reviravolta na diplomacia argentina. Até então, apenas quatro países latino-americanos — Chile, Uruguai, Costa Rica e Brunei — estavam na lista de isenção. Com a entrada da Argentina, o país se reposiciona geopoliticamente como parceiro de confiança de Washington.
Segundo o embaixador dos EUA em Buenos Aires, Marc Stanley, a decisão se baseou em “avanços em segurança, compartilhamento de informações e cooperação jurídica”. A expectativa é que o sistema esteja plenamente operacional até o final de 2025, com autorização eletrônica para entrada simplificada.
O que isso significa para brasileiros e investidores globais
A combinação das duas medidas — cidadania facilitada por investimento e entrada livre nos Estados Unidos — transforma a Argentina em uma nova rota estratégica para quem busca mobilidade global. Investidores brasileiros, por exemplo, podem obter cidadania argentina e, com isso, garantir acesso facilitado ao território norte-americano sem enfrentar as exigências rígidas do visto B1/B2 dos EUA.
Além disso, com a dolarização parcial da economia argentina e a política agressiva de desregulamentação, Milei tem reforçado o discurso de que “o melhor passaporte da América Latina será argentino”. O governo ainda promete garantir segurança jurídica e agilidade nos processos administrativos para estrangeiros que apostarem no país.
Especialistas em mobilidade internacional apontam que a Argentina pode se tornar o “novo Panamá” da América do Sul — um ponto de acesso facilitado ao mercado global, com incentivos fiscais e conexões diplomáticas cada vez mais robustas.
Resumo final:
- Naturalização acelerada: Investidores com aportes relevantes poderão solicitar cidadania argentina sem residir no país por dois anos.
- Entrada sem visto nos EUA: Com o novo acordo, cidadãos argentinos poderão viajar para os EUA sem visto, a partir do fim de 2025.
- Oportunidade para brasileiros: A cidadania argentina pode ser um atalho estratégico para acessar mercados globais e escapar das barreiras do visto americano.