
- Argentina registra saldo fiscal positivo que representa 0,5% do PIB
- Nos 14 meses de governo Milei esse é o 13° superávit mensal
- Setor público também registrou lucro financeiro de 310,73 bilhões de pesos
A Argentina, do Presidente Javier Milei, atingiu um superávit fiscal de 1,177 trilhões de pesos no último mês de fevereiro. O valor corresponde a aproximadamente 0,5 do PIB e reforça o comprometimento do presidente em estabilizar as contas públicas.
Contudo, apesar desses números positivos, o país ainda enfrenta dificuldades importantes, como questões sociais e a necessidade de ações que assegurem uma recuperação econômica mais inclusiva.
Medidas essenciais, porém controversas
As boas notícias no saldo fiscal vem acompanhadas de reduções importantes em várias áreas, principalmente em setores como educação e pensões. O governo Milei tem como objetivo reduzir o déficit e controlar a inflação, por isso tem implantado uma política fiscal rigorosa.
Os cortes, embora sejam necessários pela perspectiva financeira, não tem agradado a população, que tem contestado os impactos sociais dessa ação. Inclusive, já houve alguns protestos nas ruas argentinas, com a população cobrando mais esforços na melhoria de serviços essenciais, como saúde e educação.
Além disso, a redução nos benefícios para aposentados e pensionistas, somado aos cortes de verbas para o setor público, tornam o cenário ainda mais preocupante. A medida que o povo começa a ser diretamente impactado, a insatisfação cresce, mesmo que muitos cidadãos concordem que a política de austeridade tenha sido um mal necessário.
Somado a isso, os cortes afetam as camadas mais vulneráveis, que já estão passando por dificuldades devido a alta inflação.
Atuação do governo na recuperação econômica
Por mais que ainda existam insatisfações, o governo Milei mantém-se empenhado na proposta de atingir um superávit fiscal sustentável. Para Luis Caputo, ministro da Economia, o superávit de 310,73 bilhões de pesos revela um passo importante para a estabilidade fiscal.
Para ele, a criação de condições de crescimento a longo prazo está diretamente relacionada ao controle das contas públicas, podendo assim atrair investimentos para o país e conquistando a confiança do mercado.
No entanto, ainda existem empecilhos. Os índices de inflação seguem elevados, acima de 100% anuais, o que permanece atingindo o poder de consumo dos argentinos. Além disso, por mais que as políticas de austeridades fiscais atuem efetivamente no controle da dívida, não são adequadas para impulsionar o crescimento econômico de forma adequada.
Portanto, se quiser assegurar uma recuperação econômica duradoura, o governo terá que adotar políticas que incentivem o consumo e a produção.
Buscando o equilíbrio
O grande ponto para o governo argentino será balancear a necessidade de controle fiscal com os interesses da população. Por mais que a austeridade seja eficaz no controle das finanças públicas, ela pode comprometer o crescimento econômico a curto prazo. A Argentina necessita não somente de políticas que contenham as contas, mas também fomentem a criação de empregos, aumentem a renda e promovam o bem-estar social.
A redução de benefícios sociais, somada a alta inflação, proporciona um cenário de instabilidade para grande parte da população. Todavia, o governo segue firme com a ideia de que o superávit fiscal sustentável é o fator inicial para a recuperação. Para possibilitar que isso ocorra, precisarão garantir que as medidas fiscais venham junto de ações para o crescimento da produtividade e a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento empresarial.
Chile lucrando com argentinos
Com o peso argentino valorizado e a inflação mais controlada, milhares de consumidores argentinos estão atravessando a Cordilheira dos Andes em busca de produtos mais baratos no Chile. Esse movimento impulsionou as vendas de grandes redes varejistas e fortaleceu o setor de turismo de compras.
No último trimestre, as vendas nas lojas da Falabella cresceram 21% em relação ao ano anterior, enquanto a Cencosud registrou um aumento de 5,4% na receita e a Latam Airlines viu sua receita subir 4,4% devido ao aumento do fluxo de passageiros.