Privatização Impsa

Argentina tem primeira privatizacao sob gestao Milei

O governo de Javier Milei anunciou a privatização da metalúrgica Impsa para o consórcio norte-americano ARC Energy, com um pagamento inicial de US$ 7 milhões.

Argentina tem primeira privatizacao sob gestao Milei

O governo de Javier Milei, presidente da Argentina, deu um passo importante em sua agenda de reformas econômicas ao anunciar, nesta quarta-feira (8), a primeira privatização de uma empresa sob seu mandato. O alvo foi a metalúrgica Impsa, que teve sua participação majoritária vendida para o consórcio norte-americano ARC Energy, sediado em Louisiana, Estados Unidos. A operação, que marca a introdução de uma série de privatizações esperadas, envolve um pagamento inicial de US$ 7 milhões, parte de uma capitalização total de US$ 27 milhões.

De acordo com o ministro da Economia, Luis Caputo, o acordo com as Indústrias Metalúrgicas Pescarmona visa atingir a meta de “déficit zero” do governo, sem destinar recursos federais para empresas privadas. Caputo utilizou sua conta no X (antigo Twitter) para anunciar a privatização e afirmou que o processo permitirá que a Impsa continue suas atividades em um mercado competitivo, sem o apoio direto do Estado.

“Privatizamos a Impsa”, disse Caputo, em uma declaração sucinta, que detalhou a transação com o consórcio. A decisão também foi respaldada pela província de Mendoza, que possui uma participação acionária na empresa e anunciou seu apoio à privatização, alinhando-se às metas do governo nacional.

Impsa: um pilar da indústria metalúrgica e energética

Fundada em 1907 por Enrique Epaminondas Pescarmona em Mendoza, a Impsa é uma das empresas mais tradicionais da Argentina, com uma longa trajetória nos setores metalúrgico e energético. Inicialmente voltada para a fabricação de peças de reposição em ferro fundido e equipamentos para a indústria petrolífera, a empresa cresceu ao longo das décadas, expandindo sua atuação para projetos de grande porte, como hidrelétricas, parques eólicos e energia nuclear. Atualmente, a Impsa conta com cerca de 660 funcionários e continua sendo uma peça-chave no setor energético do país.

A operação de privatização ocorre em um momento delicado para a empresa, que enfrenta uma situação financeira desafiadora, com um passivo estimado em US$ 570 milhões. Entre os principais credores estão o Banco Nación, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco de Investimentos e Comércio Exterior (BICE) e o grupo chileno Moneda.

Detalhes da privatização e participação do estado

Quando o governo de Milei lançou o processo de privatização, a ARC Energy foi a única licitante a se apresentar para a aquisição da maioria das ações da Impsa. A empresa norte-americana adquiriu 63,7% das ações, que antes pertenciam ao Estado argentino, enquanto a província de Mendoza detinha 21,2%. O restante estava dividido entre um fundo de credores e a família Pescarmona.

De acordo com os termos do acordo, a ARC Energy realizará um pagamento imediato de cerca de US$ 7 milhões, representando aproximadamente 25% do valor total da capitalização de US$ 27 milhões. A empresa norte-americana se compromete a investir esse montante para revitalizar a Impsa e garantir sua continuidade no mercado, cumprindo os requisitos do governo para uma privatização bem-sucedida.

Reação e expectativas para o futuro

A privatização da Impsa é vista como um reflexo das políticas econômicas de Milei, que busca reduzir a intervenção estatal na economia e promover um ambiente de mercado mais competitivo. A decisão de privatizar uma empresa estratégica como a Impsa gerou diferentes reações no país. O governo a defende como uma medida essencial para estabilizar as finanças públicas, enquanto críticos apontam que a venda pode afetar a soberania energética da Argentina, especialmente em um cenário de crescente dependência de investimentos estrangeiros.

Com a privatização concluída, a expectativa é que a Impsa continue sua trajetória no setor energético, mas sob uma nova gestão e uma estrutura empresarial mais alinhada às práticas do mercado internacional. A província de Mendoza e os credores da empresa esperam que o novo investidor consiga resolver as pendências financeiras da Impsa, proporcionando um futuro mais promissor para a companhia e seus trabalhadores.

Indicadores importantes da transação:

  • Valor inicial da capitalização: US$ 27 milhões
  • Pagamento imediato: US$ 7 milhões
  • Passivo da Impsa: US$ 570 milhões
  • Participação do Estado argentino: 63,7%
  • Participação da província de Mendoza: 21,2%

A privatização da Impsa, portanto, marca um momento crucial no governo de Milei e na história da empresa, que agora buscará se recuperar sob a liderança de uma nova administração estrangeira.