O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou sua ata, destacando que o cenário externo continua adverso, com episódios envolvendo bancos no exterior elevando a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento. As economias centrais seguem empenhadas em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente.
No âmbito doméstico, o Copom observou alguma moderação nos indicadores coincidentes de atividade, bem como uma desaceleração na margem no mercado de crédito. A inflação ao consumidor continua elevada, com os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente.
Em relação aos cenários e análise de riscos, o Copom avaliou um cenário alternativo com juros estáveis ao longo de todo o horizonte relevante. Em tal cenário, as projeções de inflação situam-se em 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024. O Comitê também avaliou fatores que poderiam levar à materialização de cenário alternativo caracterizado por uma taxa de juros neutra mais elevada, enfatizando a possível adoção de políticas parafiscais expansionistas.
O Copom reforçou a importância da manutenção de um aperto de condições financeiras mais prolongado para a redução das pressões inflacionárias e destacou a separação de instrumentos entre os objetivos de controle da inflação e de estabilidade financeira. O Comitê antecipa um crescimento mais vigoroso na divulgação do PIB referente ao primeiro trimestre do ano, especialmente em função da produção agrícola, seguido por moderação da atividade econômica em ambiente marcado por resiliência no mercado de trabalho.
Além disso, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil também discutiu a situação econômica do país e suas perspectivas para a inflação. Foi observado que o processo de desinflação continua em curso, mas em um ritmo mais lento, devido a fatores como o aumento da demanda por serviços e a persistência das expectativas de inflação desancoradas. As projeções para a inflação permanecem relativamente estáveis, com riscos em ambas as direções, mas o COPOM acredita que a retomada do ciclo de aperto monetário é menos provável no momento. O comitê enfatiza que a política monetária deve ser conduzida com serenidade e paciência, considerando as defasagens inerentes ao controle da inflação através da taxa de juros. Além disso, o COPOM destacou a importância da aprovação de um arcabouço fiscal sólido e crível para reduzir a incerteza na economia e contribuir para a ancoragem das expectativas de inflação.