- No Natal, hackers invadiram o site oficial do governo argentino, causando interrupções em serviços públicos
- Durante o ataque, mensagens ofensivas e comentários antissemitas foram publicadas contra o presidente argentino
- O Ministério da Inovação confirmou o ataque e iniciou investigações sobre o incidente
- O governo de Milei culpou a oposição e governos anteriores pela rejeição de medidas para combater ataques cibernéticos
Na última quarta-feira (25), em pleno dia de Natal, o governo argentino foi alvo de um ataque hacker que desfigurou um dos seus principais portais oficiais.
Criminosos virtuais invadiram o site Mi Argentina, utilizado pelos cidadãos para acessar diversos serviços públicos, como o pagamento de tarifas de transporte e outros aplicativos governamentais.
Que, no entanto, causaram sérios transtornos para os usuários e geraram um episódio de grande repercussão política.
Página desfigurada
De acordo com o jornal La Nación, o ataque durou cerca de uma hora e, durante esse tempo, o site teve sua página principal completamente desconfigurada.
Além disso, alguns canais e serviços essenciais, como o aplicativo Sube, que permite aos cidadãos pagarem as tarifas de ônibus, ficaram fora do ar.
Isso impediu que muitos argentinos conseguissem acessar os serviços públicos durante um período importante, afetando negativamente a rotina de várias pessoas, especialmente em um feriado.
Os hackers também foram responsáveis por postar vídeos do rapper argentino Homer el Mero Mero, juntamente com uma série de mensagens ofensivas. Além dos ataques direcionados ao presidente Javier Milei.
Com críticas pessoais ao presidente, o ataque incluiu comentários de caráter antissemitas, o que agravou ainda mais a situação.
As ofensas publicadas pelos criminosos causaram indignação tanto na classe política quanto na população em geral. Visto que, refletiam um desrespeito à figura do presidente e a uma das maiores autoridades do país.
Ataque cibernético
Logo após o ataque, o Ministério da Inovação, Ciência e Tecnologia da Argentina emitiu um comunicado confirmando que o site e outros portais do governo haviam sido alvo de um ataque hacker.
Segundo o Ministério, as investigações já estavam em andamento. Ainda, com a intenção de identificar os responsáveis pelo ataque cibernético.
A pasta também apontou os governos anteriores como responsáveis pela fragilidade dos sistemas de gestão eletrônica do país, sugerindo que a falta de investimentos e atualizações nos sistemas deixava a infraestrutura vulnerável a ataques desse tipo.
O governo de Milei também aproveitou a oportunidade para responsabilizar a oposição pela situação. Particularmente em relação à rejeição do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) que visava aumentar os repasses financeiros para a Secretaria de Inteligência do Estado (Side).
O decreto propunha o avanço de programas de combate aos hackers, mas enfrentou resistência de setores opositores que consideraram a medida excessiva e de difícil implementação.
Tensão política
Este incidente ocorre em um momento de grande tensão política na Argentina, com o governo de Milei enfrentando desafios não apenas no campo econômico, mas também nas relações com a oposição.
O ataque hacker e as ofensas ao presidente refletem o clima polarizado no país. Contudo, onde a oposição questiona constantemente as ações do governo. Além disso, o uso de meios virtuais como ferramenta de protesto tem se tornado cada vez mais frequente.
Com a investigação em andamento, as autoridades esperam identificar os responsáveis. E, assim, implementar medidas para reforçar a segurança cibernética do governo argentino.
Por enquanto, o ataque deixou claro que, apesar dos esforços para modernizar os sistemas de gestão pública, a infraestrutura digital da Argentina ainda precisa de melhorias significativas para evitar novos incidentes dessa natureza.