O público que segue os influenciadores de finanças e investimentos, os chamados finfluencers, nas redes sociais chegou a 208 milhões de seguidores no segundo semestre de 2023 – um crescimento 18,1% na comparação com a primeira metade do ano. É o que mostra a sexta edição do FInfluence – quem fala de investimentos nas redes sociais, estudo feito pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em parceria com o IBPAD (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados). Em relação à primeira edição do estudo, que analisou o período entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, o salto é de 181%.
Além de mais volumoso, é um público mais engajado, em relação à quinta edição, como comprova o crescimento de 11,6% nas interações médias, que chegaram a 1.827 por post. O número de finfluencers também aumentou, mas em proporção menor, de 3,7%, chegando 534, responsáveis por 1.292 perfis ao final de 2023 no Instagram, Facebook, X (antigo Twitter) e YouTube – alta também de 3,7% na mesma base de comparação.
“A cada dia mais brasileiros se mostram interessados em conteúdos nas redes que ajudam a gerir a vida financeira, a entender os movimentos de mercado, os produtos de investimento e a escolher as melhores opções”, observa Amanda Brum, gerente-executiva de Comunicação, Marketing e Relacionamento com Associados da ANBIMA.
Apesar dos aumentos no número de influenciadores e nas interações médias, a quantidade de postagens caiu. Os influenciadores fizeram 305,1 mil postagens no segundo semestre de 2023, um recuo de 2,8% ante o período de janeiro a junho.
YouTube engaja mais, mas influenciadores preferem usar o X
Favorecido pela agilidade e pelos textos curtos, o X permanece como a plataforma mais usada pelos influenciadores, concentrando 42,1% de todas as postagens monitoradas. No entanto, vem perdendo espaço: o volume de publicações caiu 2,9 pontos percentuais em relação ao primeiro semestre de 2023 e o número de perfis na rede, que responde por 23% das contas analisadas, caiu 1,9 ponto percentual na comparação com a edição anterior. Os recuos podem ser atribuídos a mudanças na própria plataforma, como a cobrança de selo de verificado.
Já quando se trata de engajamento, o YouTube aparece em primeiro lugar, com uma média de 8.832 interações por publicação, alta de 37,5% sobre o relatório anterior.
“As demais redes servem como porta de entrada ao mundo das finanças e investimentos, mas é o YouTube, até pelas próprias características da plataforma, que o público busca quando quer aprofundar seus conhecimentos”, explica a executiva.
No entanto, o YouTube, onde estão 27,8% dos perfis mapeados, é a rede menos usada pelos finfluencers na hora de postar, concentrando 14,7% do o conteúdo analisado.
“É natural e até mesmo esperado que o YouTube tenha o menor volume de publicações. Afinal fazer um vídeo para a plataforma demanda mais recursos técnicos e mais tempo do que nas outras redes”, afirma Brum.
O Instagram concentra a maior parte dos perfis analisados (34,2%) e responde por 23% das publicações mapeadas. As interações médias na rede caíram, de 1,8 mil para 1,7 mil entre a quinta e a sexta edição. A média de engajamento também recuou no Facebook, para apenas 18 por post, 35,7% menor quando comparada à quinta edição. A rede concentra 20,1% das publicações e por 14,9% dos perfis mapeados.
Quem mais engaja nas redes
Separados pelo tipo de conteúdo que produzem e como se apresentam ao público, os 534 finfluencers foram classificados em 13 tipologias diferentes. As cinco que conseguiram engajar mais a audiência são produtores de conteúdo (representados por 164 influenciadores), investidores independentes (27), assessoria/corretora (28), analistas (72) e traders (73). Juntas, essas cinco tipologias concentraram 68% dos influenciadores, 72,5% da audiência e foram responsáveis por 45,8% das publicações do levantamento.