- Inflação pode ultrapassar teto da meta: Probabilidade sobe de 50% para 70%
- Crescimento econômico revisto para baixo: PIB projetado em 1,9% para 2025
- Expectativas de mercado pioram: IPCA deve atingir 5,68% este ano
O Banco Central (BC) divulgou nesta quinta-feira (27) o Relatório de Política Monetária, indicando um aumento significativo na probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo a instituição, a chance de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassar o limite superior da meta de 4,5% em 2025 subiu de 50% para 70%.
A preocupação do BC reflete a persistência da inflação em patamares elevados, agravada pela desancoragem das expectativas de mercado. O Relatório também destaca que, para 2026, a probabilidade de estouro da meta foi revisada de 26% para 28%.
Inflação segue pressionada
O Boletim Focus, que compila projeções de analistas do mercado financeiro, também mostrou um leve aumento na expectativa para a inflação em 2025. A previsão para o IPCA subiu de 5,65% para 5,68%, indicando que os especialistas seguem cautelosos quanto à dinâmica dos preços ao longo do ano.
Para 2026, a projeção da inflação permanece em 4,40%, acima do centro da meta de 3%, mas dentro da margem de tolerância estabelecida pelo CMN.
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Crescimento econômico revisado para baixo
Além das preocupações inflacionárias, o Banco Central também reduziu sua previsão de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. A projeção foi ajustada de 2,1% para 1,9%, refletindo um ambiente econômico mais desafiador.
Apesar da revisão do BC, o Ministério da Fazenda ainda projeta um crescimento maior para este ano, estimando uma expansão de 2,3%. O ministro Fernando Haddad chegou a afirmar que o PIB pode crescer até 2,5% em 2025, dependendo das condições econômicas e das medidas adotadas pelo governo.
Impactos na política monetária
A piora no cenário inflacionário e a revisão para baixo do PIB devem influenciar a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá os rumos da taxa Selic. O BC já sinalizou que pode reduzir o ritmo de corte dos juros, diante das dificuldades para controlar a inflação.
O mercado agora aguarda os próximos passos da política econômica, com atenção redobrada para a atuação do Banco Central e as medidas fiscais do governo para conter os avanços inflacionários.
