- Grandes torrefadoras como JDE Peet’s, 3Corações e Melitta elevarão os preços do café devido às condições climáticas adversas
- Os preços globais do café subiram 80% em 2023, afetados por seca e clima irregular no Brasil e Vietnã
- A JDE Peet’s aumentará os preços em média 30%, enquanto a 3Corações já subiu 25% este mês
- Especialistas preveem que os consumidores podem diminuir o consumo de café devido aos preços mais altos
As principais torrefadoras de café do Brasil, incluindo a gigante JDE Peet’s, deverão aumentar os preços de seus produtos a partir do início de 2025. Após um ano de condições climáticas adversas que afetaram a produção de café nos maiores produtores do mundo, Brasil e Vietnã.
O aumento das tarifas será reflexo da escassez do grão verde, no entanto, que elevou os preços globais a níveis recordes.
De acordo com fontes do setor, a JDE Peet’s, uma das maiores empresas de café do mundo, que detém marcas como Jacobs, L’Or, Tassimo e Douwe Egberts, aplicará um aumento médio de 30% nos preços do café no Brasil no ano que vem.
O reajuste
Esse reajuste está diretamente relacionado aos impactos climáticos que afetaram a produção de café verde no Brasil. Onde a seca severa e o clima irregular comprometeram as expectativas de safra. A empresa, que também está aumentando seus preços em outros mercados internacionais, deve repassar os custos mais elevados aos consumidores a partir do início de 2025.
No Brasil, o aumento nos preços do café verde, que subiram cerca de 30% nos últimos cinco semanas, já está refletido em outras grandes torrefadoras.
A 3Corações, uma das maiores do país, anunciou um aumento de 11% em janeiro, logo após um reajuste de 10% em dezembro. A Melitta, por sua vez, subiu seus preços em 25% no último mês, após um aumento de 12% anteriormente.
Essas mudanças são parte de um cenário global de alta nos preços dos grãos, com os contratos de longo prazo com os varejistas expirando. Contudo, permitindo o repasse dos custos ao consumidor.
Clima adverso
A alta nos preços do café, que subiram cerca de 80% este ano, reflete o impacto do clima adverso nos principais países produtores.
A seca que atingiu tanto o Brasil quanto o Vietnã, aliados a outras condições climáticas desfavoráveis, provocaram uma queda nas expectativas de safra.
O aumento da demanda e a instabilidade econômica também colaboraram para a pressão nos preços. Especialistas indicam que o impacto será ainda mais sentido no mercado internacional até março de 2025. Dessa forma, quando os consumidores dos supermercados poderão perceber as elevações nos preços dos produtos finais. Como: café torrado e moído, grãos inteiros, solúvel, cápsulas e cappuccino.
Apesar da alta nos preços, o mercado do café tem enfrentado dificuldades para repassar esses aumentos devido à crise de custo de vida, que tem feito os consumidores buscar alternativas mais baratas.
Segundo analistas, os consumidores, especialmente os dos países em desenvolvimento, podem reduzir o consumo de café como resposta ao aumento de preços. Porém, o setor acredita que a demanda permanecerá relativamente inelástica, Assim, com consumidores continuando a consumir, embora talvez em menores quantidades.
Futuro incerto
Embora a tendência seja de aumento nos preços, a produção do café ainda enfrenta um futuro incerto, com as torrefadoras sendo desafiadas a equilibrar a alta nos custos de produção com a necessidade de manter o consumo estável.
De qualquer forma, as empresas estão adotando estratégias como a redução de estoques e o ajuste nos preços para se adaptar ao cenário de custos elevados, buscando manter sua competitividade e margens de lucro.
Com o Brasil sendo o segundo maior consumidor de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, a expectativa é que os ajustes de preços não se limitem ao mercado interno, com impactos também no mercado global, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, onde as grandes torrefadoras, como a JDE Peet’s, também devem aumentar seus preços.
O ano de 2025 promete ser desafiador para o setor de cafés, que enfrenta uma série de incertezas climáticas, econômicas e comportamentais.