
A Genial Investimentos se mantém cautelosa em relação as ações da Auren Energia (AURE3), ao observar o cenário macroeconômico e a taxa de juros no Brasil (14,75%). Com isso, a recomendação da casa é de ‘manter‘ os papéis, com um preço-alvo de R$ 9,00.
Essa visão da Genial acontece após a companhia divulgar seu balanço financeiro do 1° trimestre de 2025. O desempenho foi visto como forte, mas cenário da economia brasileira pesou sobre a recomendação da casa.
Balanço da Auren no 1° trimestre
No primeiro trimestre, a Auren superou as expectativas do mercado. A companhia registrou um recorde de EBITDA (lucro antes juros, impostos e amortizações) de R$ 1,2 bilhão, superando em 18% as previsões da Genial Investimentos e em 25% o consenso do mercado.
No entanto, o principal ponto de destaque foi a redução da alavancagem pós-fusão com a AES Brasil.
A empresa conseguiu diminuir sua Dívida Líquida/EBITDA Ajustado para 5,0x, uma queda significativa de 0,7x em relação ao final de 2024, o que é um sinal positivo em meio à alta da taxa de juros, que subiu 50 bps para 14,75% ao ano no início de maio.
A Genial Investimentos destaca que, embora a Auren tenha mostrado avanços no retorno à sua estrutura de capital ideal, a empresa ainda enfrenta desafios, como a necessidade de continuar o processo de redução da dívida bruta, alongamento dos prazos de amortização e diminuição do custo médio da dívida.
O forte resultado operacional ajudou a compensar uma queda de 64% no lucro líquido, que ficou em R$54 milhões devido a um resultado financeiro mais negativo, consequência da estrutura de capital alavancada após a aquisição da AES Brasil.
A geração de energia, especialmente com o aumento da capacidade nos complexos eólicos Tucano e Cajuína, e o início das operações da usina solar Jaíba, foi crucial para o crescimento da receita líquida, que atingiu R$2,9 bilhões, alta de 34% no comparativo anual.
Além disso, a companhia também se beneficiou do aumento da margem de comercialização de energia, o que contribuiu para um crescimento de 50% no EBITDA da área de geração e de 218% na área de comercialização.
Apesar dos bons resultados operacionais, o foco agora é continuar a redução da alavancagem, que deve ser um fator determinante para a sustentabilidade do crescimento da empresa.
Dessa forma, a Auren segue com um olhar atento à gestão eficiente da dívida, à redução de custos e ao aproveitamento das sinergias pós-fusão.