A B3 (B3SA3), operadora da Bolsa de Valores brasileira, divulgou seus resultados financeiros do terceiro trimestre de 2023 (3T23), destacando um lucro líquido recorrente de R$ 1,16 bilhão. Embora tenha havido um aumento de 0,5% em comparação ao mesmo período de 2022, a empresa enfrentou desafios em um cenário de menor atividade no mercado de ações.
O lucro líquido atribuído aos acionistas, excluindo itens não recorrentes, ficou em R$ 1,074 bilhão, refletindo um aumento de 4,4% em relação ao ano anterior e de 2% em comparação trimestral.
No que diz respeito à receita líquida, a B3 registrou R$ 2,25 bilhões no trimestre encerrado em setembro, o que representa uma diminuição de 0,4% na comparação ano a ano. Analistas esperavam uma receita líquida de R$ 2,39 bilhões, com base em dados da LSEG.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (EBITDA) recorrente totalizou R$ 1,6177 bilhão, uma retração de 3,2% na base anual. Consequentemente, a margem EBITDA caiu 1,73 ponto percentual, ficando em 72,3%.
A receita da B3 foi impulsionada pelos outros negócios da empresa em um contexto de menor atividade no mercado de ações, totalizando R$ 2,5 bilhões, mantendo-se praticamente em linha com o terceiro trimestre de 2022 e com o trimestre anterior, mesmo excluindo a receita da Neurotech no terceiro trimestre de 2023.
O segmento listado representou a maior contribuição para as receitas, correspondendo a 59,8% do total, com receitas de R$ 1,489 bilhão, registrando uma queda de 8,1% em 12 meses. No mercado de balcão, as receitas cresceram 14,4% em 12 meses, atingindo R$ 376,2 milhões, o que representa 15,1% do total.
As receitas relacionadas a tecnologia, dados e serviços aumentaram 10,8%, alcançando R$ 495,3 milhões, ou 19,9% do total. As receitas provenientes da infraestrutura para financiamento subiram 7,9% para R$ 118,2 milhões, correspondendo a 4,7% do total.
A B3 observou uma redução de 9,1% no volume médio diário de negociação de ações à vista em comparação ao terceiro trimestre de 2022, assim como uma queda de 11,6% em relação ao segundo trimestre de 2023. Isso foi atribuído a um cenário internacional desafiador, com o ciclo de aperto monetário nas principais economias afetando o apetite ao risco nos mercados de ações globais.
No caso dos contratos futuros de índices, houve uma redução de 1,8% no número médio de contratos negociados, principalmente devido à queda na negociação da versão mini desses contratos. Comparando com o segundo trimestre de 2023, houve um crescimento de 5,6% no volume médio diário de contratos futuros de índices, devido a uma maior volatilidade no período.
As despesas da B3 totalizaram R$ 902,2 milhões no trimestre, um aumento de 6,9%. Excluindo os efeitos da consolidação da Neurotech, as despesas teriam somado R$ 879,1 milhões, um aumento de 4,2% em relação ao terceiro trimestre de 2022.
A B3 enfrentou desafios no terceiro trimestre de 2023, mas manteve sua estabilidade financeira, mantendo-se como uma das principais operadoras de infraestrutura de mercado no Brasil.