- O Banco Central alfinetou o atual Governo na última terça-feira (25), em meio às discussões sobre a redução da taxa Selic
- O meme faz referência à animação Divertida Mente 2, lançada recentemente nos cinemas, que aborda as emoções que moldam, portanto, a personalidade de uma jovem de 13 anos
- O Banco Central ilustrou a “vontade de gastar sem poder” como uma das “emoções primitivas”
O Banco Central usou seu perfil oficial no Instagram para compartilhar um meme sobre a “vontade de gastar sem poder” na última terça-feira (25). A postagem ocorre durante um embate com o Governo Federal, especialmente com o presidente Lula. Ainda, sobre a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic.
O meme, dessa forma, faz referência à animação Divertida Mente 2, lançada recentemente nos cinemas, que aborda de maneira lúdica as emoções que moldam a personalidade de uma jovem de 13 anos. O filme argumenta sobre a importância de manter um equilíbrio entre as emoções, evitando que uma predomine sobre as outras.
No novo filme, as emoções “primitivas” como alegria, raiva, nojo, medo e tristeza, agora precisam lidar com uma nova emoção: a ansiedade. Essa cena, portanto, se tornou um meme nas redes sociais, com internautas criando novas emoções de maneira mais “específica”. O Banco Central optou por ilustrar isso com a “vontade de gastar sem poder”.
No contexto da Selic
Na última semana, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu manter a taxa de juros em 10,5%. O governo, contudo, considera esse valor elevado e argumenta que ele dificulta o aumento do consumo pela população. Por outro lado, o Banco Central defende a necessidade da taxa alta para controlar os gastos e, consequentemente, a inflação.
O presidente Lula, portanto, tem sido uma das vozes mais críticas em relação à política do BC. E, não tem poupado críticas ao presidente do banco, Roberto Campos Neto. Em declaração na última sexta-feira (21), Lula descreveu Campos Neto como um “adversário político e ideológico”.
“Estamos com um problema sério. Eu já fui eleito presidente há 1 ano e 7 meses, e o presidente do Banco Central é um adversário político, ideológico e adversário do modelo de governança que nós fazemos. Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de dar demonstração de que não está preocupado com a nossa governança, ele está preocupado é com o que ele se comprometeu”, apontou Lula, em entrevista à rádio Mirante News.
“Estamos chegando no momento de trocar o presidente do BC, nós vamos ter que tirar ele, indicar outras pessoas, e acho que as coisas vão voltar à normalidade porque o Brasil é um país de muita confiabilidade (…). Nós estamos tranquilos, esse nervosismo especulativo que está acontecendo não vai mexer com a seriedade da economia brasileira”, completou o presidente.
COPOM mantém taxa Selic em 10,50% ao ano por unanimidade
O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. A decisão reflete a preocupação em alinhar as expectativas de inflação à meta estabelecida para 2025, em meio a um cenário global de incertezas e uma atividade econômica doméstica mais robusta do que o esperado.
No comunicado divulgado, o COPOM destacou que o ambiente externo continua adverso, com alta incerteza sobre o início da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e a velocidade da desinflação em diversos países.
Atividade Econômica: Os indicadores de atividade e do mercado de trabalho no Brasil seguem apresentando dinamismo acima das expectativas.
Inflação: A inflação tem mostrado uma trajetória de desinflação, mas as medidas de inflação subjacente ainda estão acima da meta.
Expectativas de Inflação: Segundo o Boletim Focus, as expectativas de inflação subiram de 3,7% para 4,0% para 2024 e de 3,6% para 3,8% em 2025. As projeções de inflação também aumentaram de 3,8% para 4,0% em 2024 e de 3,3% para 3,4% em 2025.
O COPOM afirmou, portanto, que o balanço de riscos é simétrico, mas as conjunturas doméstica e internacional continuam incertas, exigindo cautela na condução da política monetária. A decisão de manter a Selic em 10,50% visa, entretanto, interromper o ciclo de queda dos juros, devido ao cenário global incerto e à alta das projeções de inflação.