Os bancos brasileiros estão implementando cortes nos limites de crédito de clientes que realizam apostas em sites de jogos eletrônicos, conhecidos como bets. Essa medida surge em resposta à iminente regulamentação do mercado de bets pelo Ministério da Fazenda, que, a partir de 1° de janeiro de 2025, proibirá o uso de cartões de crédito para esse fim.
Desde 1° de outubro, as principais bandeiras de cartões já haviam antecipado essa proibição, a fim de mitigar riscos de inadimplência associados às transações de apostas online. Segundo fontes do setor bancário consultadas pela Folha de S.Paulo, a iniciativa visa evitar um aumento significativo na taxa de inadimplência, que se tornou uma preocupação crítica para a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
“É causa de grande preocupação para o setor bancário”, afirmou a Febraban, referindo-se ao impacto potencial da inadimplência entre os apostadores de bets. As instituições financeiras estão monitorando de perto as movimentações financeiras de seus clientes e ajustando os critérios de concessão de crédito para alinhar com as políticas de risco atualizadas.
Para reforçar a proteção financeira dos clientes, os bancos estão adotando uma combinação de medidas, incluindo a redução dos limites de crédito para clientes que apresentam atividades consistentes de apostas online. Essas medidas visam não apenas cumprir com as novas regulamentações, mas também garantir a sustentabilidade das operações bancárias frente aos novos desafios regulatórios.
A implementação de mecanismos para identificar novos clientes que realizam apostas e barrar a concessão de crédito para esse público é uma das estratégias sendo estudadas pelas instituições financeiras. Isso reflete uma abordagem proativa para mitigar os riscos associados ao comportamento de jogo online, que pode impactar negativamente a saúde financeira dos indivíduos e, por extensão, a estabilidade do sistema bancário como um todo.
Diante desse cenário, a expectativa é de que mais bancos ajustem suas políticas internas nos próximos meses, buscando alinhar-se com as diretrizes regulatórias emergentes e fortalecer suas defesas contra potenciais perdas financeiras relacionadas às apostas em bets.