Possibilidades no radar

Barroso anuncia aposentadoria do STF e nomes de Lula para sucessão começam a circular

Saída antecipada do ministro abre nova disputa no Supremo; Jorge Messias, Rodrigo Pacheco e Bruno Dantas estão entre os favoritos de Lula.

Barroso e Lula - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Barroso e Lula - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
  • Barroso deixa o STF após 12 anos, abrindo nova vaga para Lula indicar sucessor.
  • Jorge Messias é o favorito, seguido de Rodrigo Pacheco, Bruno Dantas e Vinícius Carvalho.
  • Governo busca nome técnico e político, capaz de manter equilíbrio entre Judiciário e Planalto.

O ministro Luís Roberto Barroso anunciou na quinta-feira (9) sua aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal (STF), após mais de 12 anos na Corte. O gesto surpreendeu o meio jurídico e político, antecipando a disputa por uma das cadeiras mais importantes do Judiciário brasileiro.

Barroso, indicado por Dilma Rousseff em 2013, permanecerá no STF até 2033, quando completará 75 anos. No entanto, já vinha sinalizando que deixaria o cargo antes do prazo. A decisão abre caminho para o presidente Lula indicar um novo ministro, o que deve gerar intensas articulações em Brasília nas próximas semanas.

A saída de Barroso e o impacto político

Durante eventos recentes, Barroso comentou que estava “considerando todas as possibilidades, inclusive a de sair”, reforçando que há “outros espaços relevantes na vida brasileira” além do Supremo. A declaração reacendeu as especulações sobre uma aposentadoria estratégica, que permitiria a Lula nomear mais um ministro alinhado ao atual governo.

A decisão de deixar o STF antes da compulsória é rara e ocorre num momento em que a Corte vive forte protagonismo político. Barroso, atual presidente do Supremo, teve papel central em julgamentos sobre temas sensíveis, como aborto, descriminalização das drogas e liberdade de expressão.

Com a saída, o governo busca um perfil que una experiência jurídica e habilidade política, garantindo interlocução com o Congresso e estabilidade institucional na Corte.

Jorge Messias lidera a lista

O nome mais cotado para suceder Barroso é o do advogado-geral da União, Jorge Messias, considerado homem de confiança de Lula e uma figura de perfil técnico e conciliador. Messias tem 45 anos e poderia permanecer no Supremo por até 30 anos, o que agrada à ala política do governo.

Conhecido como “Bessias”, o advogado atuou na Casa Civil no governo Dilma e ganhou relevância nos bastidores durante a Lava Jato, defendendo pautas jurídicas de reconstrução institucional. Integrantes do Planalto veem o nome como praticamente certo, caso Lula confirme a indicação para a vaga.

Desse modo, sua indicação teria apoio da base aliada e de ministros como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além de boa aceitação no meio jurídico.

Rodrigo Pacheco e o peso do Senado

Outro nome com força é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado e aliado próximo de ministros do Supremo. Setores que defendem uma Corte menos politizada consideram Pacheco uma escolha de equilíbrio entre Judiciário e Legislativo.

Apesar disso, Lula avalia mantê-lo como candidato ao governo de Minas Gerais em 2026, o que pode adiar uma possível nomeação. Ademais, interlocutores afirmam que Pacheco mantém bom trânsito entre as instituições e receberia aprovação da comunidade jurídica.

Portanto, ainda assim, sua eventual ida ao STF dependerá de cálculos políticos regionais e do cenário eleitoral mineiro, um dos focos estratégicos do PT para o próximo pleito.

Bruno Dantas e Vinícius Carvalho também aparecem

Entre os nomes que circulam no Planalto estão também Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e Vinícius Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU). Ambos têm perfil técnico e histórico de diálogo com o Executivo.

Dantas é próximo de ministros influentes do Supremo e tem trânsito livre entre partidos, o que o coloca como opção segura caso Lula opte por uma escolha menos política. Já Carvalho ganhou destaque pela atuação em temas de integridade pública e combate à corrupção, acumulando prestígio na área de controle.

Por fim, nos bastidores, o Palácio do Planalto ainda não bateu o martelo sobre o nome, mas auxiliares de Lula confirmam que a decisão deve sair ainda neste ano, após a oficialização da saída de Barroso.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.