Alerta digital

BC dispara alerta e bancos correm contra possível ataque ao sistema de pagamentos no Brasil

Febraban confirma comunicado urgente do Banco Central envolvendo movimentações suspeitas com criptomoeda Tether.

Crédito: Depositphotos
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  • Banco Central identificou movimentações suspeitas ligadas à criptomoeda Tether
  • Febraban acionou bancos para reforçar medidas contra ataques cibernéticos
  • Histórico recente de fraudes expõe fragilidade de provedores menores do sistema financeiro

O Banco Central emitiu um alerta considerado grave sobre possíveis ataques cibernéticos ao sistema de pagamentos brasileiro. A informação foi confirmada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que repassou a orientação às instituições financeiras filiadas.

Segundo a entidade, a comunicação oficial chegou na tarde de domingo (17), após o BC detectar movimentações atípicas ligadas a operadores de Tether (USDT), uma das criptomoedas mais utilizadas em transações digitais. O temor é que grupos criminosos tentem explorar brechas de segurança para causar prejuízos bilionários.

O alerta que acendeu o sinal vermelho

De imediato, a Febraban informou seus Comitês de Prevenção a Fraudes e de Cibersegurança. O objetivo foi acelerar a adoção de medidas emergenciais capazes de blindar os sistemas antes de qualquer ataque. O comunicado destacou a necessidade de monitorar operações em tempo real e bloquear padrões suspeitos.

O movimento reforça a preocupação crescente com ataques coordenados envolvendo ativos digitais. Nos últimos anos, golpes sofisticados têm explorado justamente o elo mais frágil entre bancos e intermediários de tecnologia. A recomendação do BC é clara: ampliar as barreiras de defesa para evitar uma crise de confiança no sistema financeiro.

Autoridades do setor afirmam que, até o momento, não houve interrupções de serviços. Porém, os bancos já reforçam os protocolos internos para reduzir riscos de invasão em larga escala.

Histórico de ataques preocupa autoridades

O episódio remete a um ataque registrado em julho deste ano, quando a provedora de serviços C&M Software foi alvo de hackers. O ataque afetou instituições sem infraestrutura própria de conectividade e resultou em prejuízo estimado em R$ 541 milhões para a instituição de pagamento BMP, segundo a Polícia Civil de São Paulo.

Esse caso expôs a vulnerabilidade de elos secundários do sistema financeiro. Diferentemente dos grandes bancos, empresas menores de pagamentos acabam mais suscetíveis a ataques coordenados, tornando-se portas de entrada para fraudes milionárias.

Com a escalada dos crimes digitais, a percepção é de que a ameaça não está mais restrita a empresas isoladas, mas ao funcionamento da rede como um todo.

O silêncio do Banco Central e os próximos passos

Procurado pela imprensa, o Banco Central não comentou imediatamente o novo alerta. O silêncio reforça a tensão em torno do episódio, já que qualquer falha pode comprometer a credibilidade do sistema de pagamentos instantâneos.

Especialistas alertam que o Brasil, por ter um dos ecossistemas financeiros digitais mais avançados do mundo, tornou-se alvo preferencial de hackers internacionais. Além da proteção tecnológica, cresce a pressão para que autoridades avancem em regulações específicas para criptomoedas como o Tether.

Enquanto isso, a expectativa é de que novas camadas de defesa sejam implementadas nos próximos dias. Bancos e fintechs mantêm equipes de plantão em esquema de monitoramento 24 horas.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.