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Bigtechs perdem destaque em ranking da preferência dos investidores de BDRs

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

As bigtechs perderam destaque na preferência dos investidores por ações de companhias estrangeiras, as chamadas BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Levantamento realizado por uma plataforma, em sua própria base de dados formada por 190 mil investidores, mostra que empresas do setor ainda são a maioria no ranking, mas chama a atenção que na sondagem deste ano o segundo lugar deixou de ser uma empresa de tecnologia.

Na liderança do ranking aparece a Alibaba (BABA34), empresa do setor de software e tecnologia; em segundo lugar, está a Tesla (TSLA34), companhia do setor automotivo; e completando o pódio está a Alphabet (GOGL34), outra empresa de tecnologia.

Em quarto lugar está a Amazon (AMZO34), do ramo de varejo. Líder no ranking passado, a Apple (AAPL34) aparece na quinta colocação neste ano, seguida pela Meta (M1TA34), Walt Disney (Disb34), que atua no ramo de mídia, e Microsoft (MSFT34). A Nike, que no levantamento anterior nem aparecia entre as 20 primeiras na preferência do público, agora ocupa a nona colocação e a Berkshire Hathaway (BERK34) ganhou duas posições, saindo da 12ª para a 10ª colocada. (Veja tabela abaixo).

No ranking do ano passado, a lista das top 10 continha seis companhias da área de tecnologia: Apple (1º), Facebook (2º), Google (3º), Microsoft (7º), Alibaba (8°) e Mercado Livre (9º). As quatro posições restantes eram ocupadas por empresas de ramos diversos com a Disney, do ramo de mídia, em quarto lugar, a Tesla em quinto, a Amazon em sexto e a Coca-Cola, do setor de bebidas, na décima posição. O Mercado Livre não aparece mais no top 10.

De acordo com Guilherme Gentile, head de Análise da Dividendos.me, a redução do interesse pelas Big Techs se explica pelo receio que os investidores têm da recessão global, que cresce gradualmente com os aumentos das taxas de juros em países do mundo todo e também pelas declarações dadas pelo presidente do FED, o banco central dos Estados Unidos. “Empresas de tecnologia, por dependerem muito de capital de terceiros, têm elevação de seus custos afetando seus resultados e gerando uma queda em sua atratividade, uma vez que o valor dessas empresas está no fluxo de caixa futuro que ela vai gerar e hoje muitas delas ainda não estão gerando caixa”, explica.

Outro ponto a ser considerado é que as Big Techs não costumam ser boas pagadoras de dividendos. Para piorar, no último ano alguns chegaram a reduzir como o caso da Microsoft que possui um dividend yield médio de 2% e que atualmente se encontra em 1%. De qualquer forma, este é um motivo secundário, já que mesmo pagando pouco dividendo, as bigtechs podem surpreender.

É que as companhias que pagam bons dividendos são aquelas que normalmente apresentam ótima saúde financeira e estão consolidadas. Não se espera nenhum crescimento fora do normal, porém, possuem geração de caixa constante e distribuição dos lucros de maneira uniforme. Teoricamente, as empresas que pagam poucos dividendos são aquelas com alto potencial de crescimento. O dinheiro que seria usado na distribuição dos lucros é investido no desenvolvimento de projetos que trarão ainda mais resultados no futuro, o que justifica a preferência de alguns investidores por estes papéis.
 

Tesla
A principal razão para a Tesla ter saltado da quinta para a segunda posição no ranking das BDRs preferidas do investidor brasileiro é que, mesmo com uma possível recessão e aumento dos juros nos Estados Unidos, ela vem apresentando resultados crescentes e acima das expectativas do mercado. Como o mundo passa por um momento de transição do combustível fóssil para combustíveis renováveis, a empresa, que produz carros elétricos e painéis solares, conta com grande vantagem sobre seus concorrentes.

“Até porque a implantação de tecnologias mais limpas são incentivas pelos governos, reduzindo custos e aumentando as margens. Portando um investidor que procura aumentar seu patrimônio irá procurar empresas com mercados crescentes (veículos elétricos) e com resultados que deem base a esta ideia”, afirma.

Seja bigtech ou não, a vantagem de se investir em ativos internacionais, pagando ou não dividendos, está no fato de que eles estão atrelados a uma moeda forte, contribuindo para que o investidor tenha menos exposição ao risco Brasil. E mesmo com a crise, as empresas de tecnologia continuam a ser atrativas para os investidores brasileiros. Muitas delas têm se adaptado à nova realidade, realizando demissões em massa, enxugando um crescimento descontrolado que ocorreu nos últimos anos, o que deve ajustar moderadamente as contas.

“Entretanto, é necessária muita cautela ao se investir nelas em 2023, afinal com a incerteza no cenário global (guerra/recessão/inflação/juros) seria seguro dizer que as bigtechs continuarão a ter atratividade sim em 2023, porém com menos força, levando a uma tendência a BDRs de outros ramos ou até mesmo na renda fixa brasileira”, conclui Gentile.

BDRs preferidas dos brasileiros

1. Alibaba (BABA34)

2. Tesla (TSLA34)

3. Alphabet (GOGL34)

4. Amazon (AMZO34)

5. Apple (AAPL34)

6. Meta (M1T34)

7. Disney (DISB34)

8. Microsoft (MSFT34)

9. Nike (Nike34)

10. Berkshire Hathaway (BERK34)

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