A manhã desta segunda-feira (14) começou agitada para o mercado de criptomoedas. O Bitcoin (BTC), a moeda digital mais famosa do mundo, estava sendo negociado em alta de 1,43%, batendo a marca de US$ 84.800 por volta das 09:45 (horário de Brasília). Quem também acompanhou o movimento foi o Ethereum (ETH), a segunda maior cripto, que subia 3,81%, chegando a US$ 1.600 no mesmo horário.
Essa subida representa uma recuperação para o Bitcoin, que sofreu perdas consideráveis na semana passada, chegando a cair abaixo dos US$ 75 mil. O principal motivo apontado para essa queda foi justamente a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, um fator que continua mexendo com os nervos dos investidores e influenciando diretamente o preço das moedas digitais.
Nesta nova semana, a principal fonte de tensão continua sendo o cenário entre EUA e China. As declarações do presidente americano Donald Trump têm sido um verdadeiro vaivém, deixando os mercados em alerta. Na sexta-feira (11), ele deu a entender que poderia recuar nas tarifas de importação sobre eletrônicos feitos na China, o que deu um respiro e animou os investidores, refletindo positivamente nos preços, inclusive do Bitcoin, que recuperou o patamar dos US$ 80 mil após essa sinalização.
Porém, a calmaria durou pouco. No domingo (13), Trump mudou o discurso e afirmou que manterá tarifas de até 20% nesses produtos. A justificativa oficial envolve questões de segurança nacional e o combate ao tráfico de fentanil (um tipo de droga sintética).
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Essa virada de chave gera muita incerteza não só nos mercados financeiros tradicionais, como a bolsa de valores, mas também respinga forte no mercado cripto. Hoje, temos muitos investidores institucionais (grandes empresas, fundos de investimento) presentes nesse mercado, e eles reagem muito rápido a qualquer mudança no cenário macroeconômico (a economia global) e geopolítico (as relações entre países).
Esse clima de cautela acaba impactando o desempenho dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos (que são como fundos negociados em bolsa que seguem o preço do BTC). Depois de semanas recebendo muito dinheiro (entradas de capital), os fluxos para esses fundos começaram a desacelerar, mostrando que os investidores estão com um pé atrás, preferindo evitar riscos maiores no momento. Isso ajudou a puxar o preço do BTC para baixo recentemente, que já mostrava alguns sinais de cansaço no curto prazo.
Além da tensão comercial, outro ponto que pesa sobre ativos mais voláteis (que sobem e descem muito), como as criptomoedas, é a perspectiva de que o Federal Reserve (o banco central americano, conhecido como Fed) possa adiar o início dos cortes nas taxas de juros. A esperança de juros mais baixos nos EUA vinha animando os mercados, e um possível adiamento dessa medida pode diminuir o apetite dos investidores por ativos considerados mais arriscados. O cenário, portanto, segue volátil e muito dependente das próximas notícias sobre a relação EUA-China e das decisões sobre juros nos EUA.
