Bitcoin dispara na Páscoa e supera US$ 88 mil

O mundo mal tinha guardado os ovos de Páscoa e o Bitcoin (BTC) já dava motivos para comemorar – ou pelo menos para prestar atenção. Na manhã desta terça-feira (22), a maior criptomoeda do planeta surpreendeu ao ser negociada acima dos US$ 88.000, um valor que não era visto há mais de 30 dias. Esse salto chamou a atenção de muita gente, especialmente porque aconteceu durante um período de feriado prolongado em muitos lugares.

Mas o que explica essa subida repentina? Especialistas apontam para a baixa liquidez do mercado durante o feriado. Pense assim: enquanto muitas bolsas de valores tradicionais estavam fechadas ou com menos gente negociando, o mercado de criptomoedas continuou funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Com menos gente vendendo e comprando no geral, quem decidiu investir em ativos digitais como o Bitcoin conseguiu “empurrar” o preço para cima com mais facilidade. Foi uma janela de oportunidade para montar posições.

E não foi só o Bitcoin que se deu bem. Olhando para as outras gigantes do universo cripto, o clima também é positivo para a maioria delas. O Ethereum (ETH), por exemplo, também registrou alta, sendo negociado acima de US$ 1.630, embora com uma variação menor que o BTC nas últimas 24 horas. Outras como BNB e Solana (SOL) também mostraram força. Isso indica um certo otimismo geral no setor cripto neste momento.

Enquanto isso, no mundo das finanças tradicionais, o cenário é mais misturado. As bolsas de valores na Ásia fecharam sem uma direção clara, e na Europa, a situação é parecida. Já os indicadores futuros de Wall Street, nos Estados Unidos, mostravam um leve otimismo no início do dia.

Fora do mundo cripto, um fator importante que está no radar dos investidores é a tensão política e econômica nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump voltou a criticar publicamente Jerome Powell, o chefão do Federal Reserve (o Banco Central americano). Trump não está feliz com os juros altos no país, achando que isso freia a economia. Ele quer que o Fed pare de aumentar os juros (o chamado “aperto monetário”).

Do outro lado, Powell já sinalizou que as tarifas impostas por Trump contra outros países, especialmente a China, podem aumentar a inflação (a alta geral dos preços). Se a inflação subir, fica mais difícil cortar os juros. Basicamente, temos uma queda de braço entre o presidente dos EUA e o comandante da política monetária do país, tudo isso em meio a uma guerra comercial com a China. Essa instabilidade sempre deixa os mercados mais cautelosos.

Nos próximos dias, a atenção se volta para os balanços financeiros de gigantes da tecnologia. A Tesla divulga seus números ainda hoje, e na quinta-feira (24), é a vez da Alphabet (a dona do Google). Por que isso importa para o Bitcoin? Porque muitas vezes, as criptomoedas têm se comportado de forma parecida com as ações de empresas de tecnologia. Se essas empresas vão bem, isso pode animar o mercado cripto, e vice-versa.

Além disso, na próxima quarta-feira, será divulgado o “Livro Bege” do Banco Central dos Estados Unidos. Esse é um relatório importante que dá uma visão geral de como o Fed está enxergando a saúde da economia americana, o que pode dar pistas sobre os próximos passos em relação aos juros. O mercado estará atento a cada detalhe.