O recente rali de alívio do Bitcoin (BTC) foi interrompido após a criptomoeda não conseguir superar a marca de US$ 100.000 no dia de Natal, desencadeando uma nova correção para menos de US$ 96.000. A rejeição desse patamar de preço causou um impacto significativo no mercado de altcoins, que registraram quedas ainda mais acentuadas nesta quinta-feira (26).
Após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), o Bitcoin havia sofrido uma correção expressiva, caindo de US$ 108.000 para US$ 92.000 em poucos dias. No entanto, a criptomoeda iniciou uma recuperação na sexta e sábado, chegando perto de US$ 99.500. Apesar da tentativa de retomada, o ativo encontrou resistência em US$ 100.000 na noite de Natal, sendo empurrado para baixo mais uma vez.
De acordo com dados do CoinGecko, após a rejeição, o preço do Bitcoin voltou a cair e está sendo negociado a US$ 95.794, com uma retração de 2,7% nas últimas 24 horas. Com essa correção, o valor de mercado do Bitcoin caiu para menos de US$ 1,9 trilhão. Apesar do declínio, a dominância do BTC sobre o mercado de altcoins aumentou para 54,56%.
Altcoins em queda
Enquanto o Bitcoin lutava para manter os ganhos, as altcoins também enfrentaram quedas expressivas. O Ethereum (ETH), por exemplo, foi rejeitado em US$ 3.500 e agora está abaixo de US$ 3.400, com uma queda diária de 3,5%, ainda mais acentuada do que a do Bitcoin. Outras criptomoedas importantes, como XRP, DOGE, SOL, BNB, TRX e TON, também apresentaram retrações semelhantes.
As perdas foram ainda mais severas para altcoins como ADA, AVAX, LINK, SHIB, HBAR, XLM e DOT, que caíram até 9% nas últimas 24 horas.
Poucas altcoins do Top 100 operam em alta na manhã desta quinta-feira. Os destaques são: Tokenize Xchange (+44%), Gate (+20%), Bitget Token (+20%), Pudgy Penguins (+15%) e Movement (+10%).
Com essa correção generalizada, a capitalização total do mercado de criptomoedas sofreu uma redução de mais de US$ 100 bilhões, caindo para US$ 3,47 trilhões.
Bitcoin e Ouro lideram ganhos reais em 2024
O ano de 2024 consolidou a tese do Bitcoin e do ouro como refúgios para a proteção do dinheiro, com ambos os ativos apresentando ganhos reais significativos. De acordo com o Índice de Ganho Real do Grupo Studio (IGRGS), o Bitcoin teve um retorno real de 163,64%, enquanto o ouro registrou 23,28%. Em contrapartida, aplicações conservadoras como a Selic e o CDI mantiveram ganhos reais modestos de 5,74% e 5,73%, respectivamente. Outros investimentos, como o Ibovespa (-8,55%) e o IFIX (-8,02%), apresentaram resultados negativos quando ajustados pela inflação.
O ouro se beneficiou do aumento da incerteza global, incluindo tensões geopolíticas e a oscilação de juros nos mercados desenvolvidos, aumentando sua atratividade como porto seguro. “O desempenho do ouro reflete a busca dos investidores por segurança em momentos de instabilidade global”, destaca Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
“As tensões geopolíticas e as mudanças nas políticas monetárias de grandes economias criam um ambiente propício para ativos que oferecem proteção, como o ouro, que segue sendo uma referência de resiliência em tempos incertos”, acrescenta.
O Bitcoin, por sua vez, foi impulsionado pela crescente adoção por investidores institucionais, um ambiente macroeconômico favorável e a busca por diversificação em ativos descorrelacionados. A poupança, embora menos competitiva, encerrou o ano com um ganho real de 2,44%, destacando-se pela segurança para investidores conservadores em tempos de volatilidade.
Contraste com Ativos Tradicionais
Para Monteiro, 2024 foi um ano de contrastes, com ativos tradicionais enfrentando dificuldades em acompanhar a inflação e a volatilidade do mercado, enquanto criptomoedas e ouro se destacaram como refúgios valiosos para investidores que buscaram diversificação.
“Esses resultados reforçam a importância de um planejamento financeiro estratégico, que considere tanto a proteção contra perdas reais quanto as oportunidades em classes de ativos menos convencionais”, afirma.
O desempenho dos investimentos conservadores também merece atenção, segundo Monteiro. “Selic e CDI seguem oferecendo segurança e retorno acima da inflação, o que é especialmente relevante em períodos de incerteza econômica”. Ele também pondera que as oscilações na taxa básica de juros trouxeram impactos mistos, fortalecendo a confiança dos investidores em aplicações conservadoras durante momentos de alta, mas também exigindo uma reacomodação constante das expectativas econômicas e o ajuste no planejamento financeiro a longo prazo.