O Bitcoin (BTC) ensaia uma reação nesta quarta-feira (26), buscando recuperar parte das perdas sofridas no início da semana e retornar ao patamar de US$ 90 mil. A criptomoeda, que chegou a cair abaixo de US$ 88 mil, mostra sinais de força mesmo em meio a um cenário global de incerteza e aversão ao risco.
A principal fonte de preocupação para os investidores continua sendo a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na segunda-feira (24), Trump anunciou que as taxas de importação sobre produtos do México e Canadá entrarão em vigor em breve, o que pode elevar a inflação nos EUA e exigir uma postura mais restritiva do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
“Efeito Trump”: Investidores Precisam se Adaptar
Segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, os ruídos causados pelo novo governo fazem parte do perfil de Trump, e os investidores precisam se adaptar a essa realidade.
“No primeiro mandato de Trump, os ruídos políticos e macroeconômicos também foram uma marca registrada. Os investidores vão precisar se readaptar a esta realidade mais uma vez”, afirma o especialista.
Apesar do cenário macroeconômico desafiador, especialistas ressaltam que os fundamentos de investimento do Bitcoin permanecem sólidos.
“Temos uma administração com postura favorável a ativos digitais, que deve levar a um ambiente regulatório mais claro”, diz André Barbosa, consultor de investimentos.
Vale lembrar que o Bitcoin já superou desafios semelhantes no passado. Em março do ano passado, a criptomoeda renovou sua máxima histórica em um momento em que a política monetária dos EUA ainda era restritiva. E no final do ano, o BTC ultrapassou os US$ 100 mil com a indicação de Paul Atkins, um nome favorável às criptomoedas, para a presidência da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA).
Criptomoedas e Ouro na mira de lei de lavagem de dinheiro
Ainda sobre criptomoedas, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) está elaborando um conjunto de propostas ambiciosas para reforçar o combate ao crime organizado no Brasil. As medidas, que ainda estão em fase de definição, prometem modernizar a legislação, sufocar financeiramente as organizações criminosas e reduzir a criminalidade no país.
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Uma das principais propostas é a atualização da lei de lavagem de dinheiro. Atualmente, a lei prevê pena de 3 a 10 anos de reclusão, além de multa, para quem oculta a origem ilícita de bens ou valores. O MJ pretende incluir dispositivos que abranjam transações envolvendo criptomoedas, metais preciosos (como ouro) e outros ativos frequentemente utilizados por criminosos para esconder a origem do dinheiro.
“Lei Antimáfia”: Bloqueio Ágil de Bens e Combate às Organizações Criminosas
Outra medida em estudo é a criação de uma “Lei Antimáfia”, voltada especificamente para o combate a organizações criminosas no Brasil. A proposta, que está em fase final de elaboração, deve ser enviada ao Congresso Nacional ainda neste semestre.
Um dos principais objetivos da nova lei será agilizar o bloqueio de bens de suspeitos envolvidos com atividades criminosas. A ideia é dificultar a atuação e a expansão dessas organizações, sufocando suas finanças.
O pacote de medidas também inclui o aumento da pena para o crime de receptação. Atualmente, a pena para quem adquire, transporta, vende ou oculta bens de origem ilícita varia de um a quatro anos de prisão, além de multa. O MJ pretende endurecer essa punição, com o objetivo de reduzir crimes como roubos de carga e furtos de celulares.
Na semana passada, o ministro Ricardo Lewandowski destacou que o objetivo das novas ações é reduzir crimes que impactam a economia do país.
“Quem lucra e muitas vezes fica impune? Os receptadores. […] O aumento da pena para os receptadores pode ser benéfico e diminuir esse tipo de ilícito que atrapalha a economia”, afirmou Lewandowski.
Todas as propostas ainda estão em fase de elaboração pelo Ministério da Justiça. Após essa etapa, elas serão enviadas à Casa Civil para avaliação. Se aprovadas, seguirão para o Congresso Nacional e, posteriormente, para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
