
A manhã desta quarta-feira (16) trouxe um freio para o otimismo recente no mercado de criptomoedas. O Bitcoin (BTC), principal ativo digital, está sendo negociado na faixa dos US$ 84.000, mas registrando uma leve queda de mais de 1,5% nas últimas 24 horas. Embora o BTC ainda se mantenha em um patamar elevado, o sentimento geral entre as outras grandes criptomoedas é mais negativo, com algumas delas amargando perdas de quase 5%.
Mas o que está por trás dessa freada? Especialistas apontam principalmente para a proximidade do feriado prolongado da Páscoa. Em períodos assim, é comum que o volume de negociações diminua (o que chamamos de menor liquidez). Com menos gente comprando e vendendo, o mercado fica mais “fino”, e qualquer ordem maior pode fazer o preço balançar mais forte (aumentando a volatilidade). Basicamente, menos dinheiro circulando deixa o mercado mais sensível a movimentos bruscos.
Além disso, como lembra Beto Fernandes, analista da Foxbit, essa correção pode ser considerada natural. O Bitcoin acumulou ganhos significativos recentemente, superiores a 10% entre seus pontos mais baixos e mais altos. Após uma subida forte como essa, é normal que alguns investidores decidam vender uma parte para garantir seus lucros, o que pressiona o preço para baixo temporariamente. É o famoso movimento de “realização”.
O cenário não está positivo apenas para as criptos. Os mercados tradicionais também mostram cautela: as bolsas na Ásia fecharam em queda, e tanto o mercado europeu quanto os futuros das bolsas americanas (Wall Street) operavam no vermelho nesta manhã. Esse clima de aversão ao risco geralmente contagia o mercado de criptomoedas.
Para adicionar mais tempero ao dia, investidores estão de olho na divulgação de dados importantes da economia dos Estados Unidos: vendas no varejo e produção industrial. Se esses números vierem piores do que o esperado, podem aumentar o medo dos investidores e pesar ainda mais sobre ativos considerados de maior risco, como é o caso das ações e das criptomoedas.
Do outro lado do mundo, a China divulgou dados de varejo e produção industrial que vieram acima das expectativas, o que é um bom sinal. Além disso, o governo chinês deve anunciar novos estímulos para tentar aquecer sua economia. A grande questão é saber qual será o tamanho desses estímulos e como eles vão realmente impactar o apetite dos investidores por ativos de risco globalmente. Boas notícias da China podem, em tese, ajudar, mas o efeito exato ainda é uma incógnita.
Por enquanto, o mercado cripto segue em compasso de espera, digerindo os ganhos recentes e atento aos próximos movimentos da economia global e às influências do feriado. A faixa dos US$ 84 mil para o Bitcoin se torna um ponto importante a ser observado nas próximas horas.