Recomendação

BlackRock recomenda que se tenha até 2% de Bitcoin em carteira

BlackRock conclui que Bitcoin se assemelha a ações de crescimento, recomendando alocação de 1% a 2% em carteiras.

Pagamentos com Bitcoin Compra Lojas
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A discussão sobre o papel do Bitcoin no portfólio de investimentos continua a evoluir, especialmente à luz das análises recentes da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo. Em um artigo recém-publicado, a equipe de estrategistas da BlackRock argumenta que, neste momento, o investimento em Bitcoin se assemelha mais a uma aplicação em empresas de crescimento do que à compra de um ativo tradicional de proteção de capital, como o ouro.

Os analistas da BlackRock concluem que o Bitcoin pode contribuir para a diversificação das carteiras, oferecendo uma rentabilidade potencial ponderada pelo risco que é comparável à das maiores empresas de tecnologia, conhecidas como Magnificent Seven. Essas empresas incluem gigantes como Apple, Amazon, Microsoft, entre outras, que têm mostrado um crescimento robusto e consistente ao longo dos anos.

Nos cálculos realizados pela gestora, uma alocação de 1% a 2% do Bitcoin em uma carteira típica pode oferecer um perfil de risco/retorno semelhante ao das ações dessas empresas. A análise sugere que, enquanto uma alocação de 1% representa 2% do risco da carteira, uma alocação de 2% eleva esse risco para 5%. Por outro lado, se um investidor decidir aumentar a alocação para 4%, o risco da carteira poderia saltar para 14%. Por essa razão, a BlackRock recomenda que a alocação ideal de Bitcoin em um portfólio fique entre 1% e 2%.

Riscos e retornos do Bitcoin

Os gestores da BlackRock alertam que, embora o Bitcoin possa oferecer uma fonte diversificada de retorno, os investidores devem considerar que os drivers de valuation do Bitcoin são diferentes dos ativos tradicionais. Isso significa que o risco associado ao Bitcoin é menos correlacionado aos riscos de outros ativos ao longo do tempo. A correlação entre o Bitcoin e o retorno das ações tem sido baixa, o que pode ser vantajoso para a diversificação de portfólios.

No entanto, a volatilidade do preço do Bitcoin é um fator que não pode ser ignorado. A criptomoeda tem um histórico de grandes oscilações de preço e drawdowns significativos em seus 15 anos de história. Essa volatilidade pode ser um obstáculo para investidores que buscam estabilidade. Contudo, os estrategistas da BlackRock acreditam que, à medida que o uso do Bitcoin se populariza, ele pode se tornar um ativo menos arriscado.

O Futuro do Bitcoin nas carteiras de investimento

Os analistas da BlackRock também levantam uma questão importante: se o Bitcoin se tornar amplamente adotado e menos volátil, ele pode perder seu apelo como um ativo de crescimento. Nesse cenário, o Bitcoin poderia ser visto mais como um hedge, semelhante ao ouro, do que como um ativo de valorização.

“Nesse ponto, ele já talvez não tenha um catalisador estrutural para aumento nos preços”, observam os estrategistas.

A mudança na percepção do Bitcoin de um ativo de crescimento para um ativo de proteção pode impactar a forma como os investidores alocam seus recursos. A BlackRock sugere que, enquanto o Bitcoin continua a ser uma opção interessante para diversificação, os investidores devem estar cientes de que sua natureza e função no portfólio podem evoluir com o tempo.