- A Boeing registrou um prejuízo líquido de US$ 3,86 bilhões no quarto trimestre de 2024, muito maior que a perda de US$ 30 milhões no ano anterior
- A receita da empresa caiu 31%, para US$ 15,2 bilhões, e o fluxo de caixa livre ficou negativo em US$ 3,45 bilhões
- As ações da Boeing oscilaram levemente para cima após o balanço, com ganho de 0,5%
A Boeing divulgou nesta terça-feira (28) um resultado financeiro preocupante para o quarto trimestre de 2024. A fabricante de aviões registrou um prejuízo líquido de US$ 3,86 bilhões, uma perda que multiplicou várias vezes o valor de apenas US$ 30 milhões apurados no mesmo período do ano anterior. A notícia, portanto, impactou os mercados, com a ação da empresa alternando entre pequenas altas e baixas durante a manhã.
Em termos ajustados, o prejuízo por ação da Boeing foi de US$ 5,90, superando as estimativas de analistas, que previam uma perda de US$ 3,22 por ação. Esses números negativos apontam para uma realidade financeira desafiadora para a gigante da aviação. A qual luta, no entanto, para recuperar o fôlego após uma série de complicações operacionais e logísticas nos últimos anos.
Prejuízo expressivo
A principal razão para o prejuízo expressivo foi a queda nas receitas. A Boeing viu sua receita no trimestre cair 31% em comparação com o ano anterior, somando US$ 15,2 bilhões.
Embora a empresa tenha superado parcialmente as previsões da FactSet, que indicavam um valor de US$ 15,6 bilhões, o resultado ainda está abaixo do esperado.
Assim, o que reflete uma desaceleração significativa na demanda por aviões comerciais e um mercado aéreo global que ainda se recupera das consequências da pandemia.
Outro indicador preocupante foi o fluxo de caixa livre operacional (FCL) da Boeing, que permaneceu negativo em US$ 3,45 bilhões no final de dezembro. Este valor negativo é um reflexo dos custos de produção elevados. Além das dificuldades enfrentadas pela empresa no cumprimento de suas entregas e prazos de fabricação.
As encomendas acumuladas da Boeing somaram US$ 521 bilhões, o que demonstra uma boa perspectiva de longo prazo, mas a empresa ainda precisa lidar com os desafios financeiros imediatos.
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Cenário difícil
O cenário difícil se deve a uma série de fatores. A Boeing tem enfrentado atrasos em suas entregas de aeronaves, especialmente no modelo 787 Dreamliner, o que afetou sua capacidade de geração de receita.
Além disso, a pandemia de COVID-19 e os impactos econômicos subsequentes criaram uma desaceleração significativa no setor de aviação. Dessa forma, com muitas companhias aéreas adiando ou cancelando pedidos de novos aviões.
Os analistas apontam que, apesar das dificuldades, a Boeing ainda possui uma base sólida de encomendas, o que oferece algum alívio em termos de fluxo de caixa futuro.
A companhia continua sendo um player dominante na indústria global de aviação, mas enfrenta uma pressão crescente para melhorar a eficiência operacional e reduzir custos.
Após a divulgação do balanço, as ações da Boeing apresentaram uma leve valorização no pré-mercado, com um aumento de 0,5% às 9h32 (de Brasília). Apesar disso, os investidores seguem atentos ao impacto a longo prazo das perdas e à capacidade da Boeing de retomar sua estabilidade financeira.
Em resposta ao resultado negativo, a empresa afirmou que continuará a focar na melhoria de seus processos de produção e na entrega pontual de aeronaves.
A expectativa é que a Boeing consiga superar esses obstáculos e voltar a apresentar resultados financeiros positivos no futuro próximo. Contudo, o trimestre de 2024 se apresenta como um dos mais desafiadores na história recente da empresa.
