Cenário desafiador

Boletim Focus: mercado prevê piora na inflação e SELIC a 15% ainda em 2025

Expectativa para o IPCA subiu para 5,5% em 2025, refletindo a continuidade de uma política monetária restritiva.

Inflação - Design by Freepik
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  • O mercado elevou as previsões para o IPCA de 2025, agora projetando 5,5%, refletindo a continuidade da política de juros altos para controlar a inflação
  • A previsão de crescimento do PIB para 2025 aumentou levemente para 2,04%, enquanto a projeção para 2026 caiu para 1,77%
  • O mercado manteve a expectativa de que o dólar cotará a R$ 6,00 em 2025 e 2026, indicando um cenário de câmbio estável

O mercado financeiro revisou suas previsões para a inflação brasileira, elevando as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 e 2026, conforme o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo BC.

A expectativa para o IPCA de 2025 passou de 5,08% para 5,5%, indicando que os analistas não enxergam alívio significativo no controle dos preços nos próximos meses. Já a projeção para 2026 também subiu, passando de 4,1% para 4,22%.

Esse ajuste nas previsões reflete o cenário atual de dificuldades para reduzir a inflação. Os altos custos de alimentos e combustíveis, junto à política monetária restritiva, ainda impactam a inflação.

Com isso, a expectativa é de que o Banco Central mantenha a taxa de juros elevadas por um período prolongado.

Novas estimativas

Em relação à taxa de juros, o Boletim Focus também trouxe novas estimativas, com a expectativa de que a Selic permaneça em 15% ao ano até o final de 2025. E, assim, mantendo-se nesse patamar como forma de conter a inflação.

Para 2026, a projeção de juros aumentou de 12% para 12,25%, o que sugere que o BC pode adotar uma postura cautelosa por mais tempo antes de reduzir os juros.

Em termos de crescimento econômico, os analistas revisaram a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, elevando a estimativa de 2,02% para 2,04%. Esse ajuste reflete uma leve melhora nas expectativas de expansão da economia.

No entanto, para 2026, as previsões de crescimento do PIB foram revistas para baixo, passando de 1,80% para 1,77%. Dessa forma, o que indica uma desaceleração gradual após um possível impulso nos dois primeiros anos do ciclo.

A expectativa de crescimento econômico também se reflete nas projeções para a inflação e nas metas do BC. A partir de 2025, a meta de inflação do Banco Central será de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais (4,5%) e para menos (1,5%).

Ajuste na política monetária

Isso implica que o BC deverá ajustar a política monetária de maneira a manter a inflação dentro dessa faixa. No entanto, algo desafiador considerando o cenário de pressões inflacionárias persistentes.

O mercado manteve a previsão de que o dólar será cotado a R$ 6,00 em 2025 e 2026.
A estabilidade do câmbio reflete uma visão de que, apesar das pressões internas, o Brasil manterá um cenário relativamente controlado em relação às flutuações cambiais nos próximos anos.

Com essas revisões, o cenário econômico para os próximos anos continua desafiador, com inflação alta, juros elevados e crescimento modesto. O mercado financeiro segue atento às ações do Banco Central. E, ainda, às políticas fiscais do governo para avaliar como o Brasil enfrentará esses desafios.