
- O que é o bolsa-tarifaço: proposta do governo para pagar R$ 1.518 a trabalhadores atingidos por tarifas dos EUA.
- Quem poderá receber: empregados formais de setores exportadores, como agro e indústria.
- Quando será anunciado: entre 5 e 9 de agosto, após vigência oficial das tarifas.
O governo federal estuda lançar um novo benefício emergencial para ajudar trabalhadores impactados pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A ideia é pagar um salário mínimo por pessoa afetada, como forma de compensação pelos prejuízos causados pelas medidas de Donald Trump.
O plano, apelidado de “bolsa-tarifaço”, está em avaliação na equipe econômica e deve ser detalhado nos próximos dias. A proposta envolve também créditos subsidiados para empresas dos setores atingidos, com o objetivo de manter empregos e atenuar os efeitos da guerra comercial.
Alvo principal: proteger empregos
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo está preocupado com o impacto direto nas cadeias produtivas. Por isso, o pagamento do benefício seria voltado para trabalhadores formais de setores estratégicos, como agropecuária, indústria de alimentos, siderurgia e manufatura.
Além disso, empresas afetadas poderão receber linhas de crédito com juros menores, dentro de um programa emergencial para preservar a atividade econômica. A condição seria manter os funcionários contratados, mesmo com as exportações comprometidas.
Essa abordagem busca evitar um cenário de demissões em massa e recessão localizada nos setores mais expostos ao mercado externo. O objetivo, segundo o governo, é garantir uma transição segura enquanto negociações internacionais ocorrem nos bastidores.
Medida ainda em fase de cálculo
Embora o valor já tenha sido discutido — o equivalente a um salário mínimo, hoje fixado em R$ 1.518 —, a forma de pagamento ainda depende de ajustes técnicos. O benefício poderá ser liberado por CPF ou por CNPJ, a depender da estrutura das empresas e do tipo de vínculo empregatício dos trabalhadores.
Outro ponto em análise é o orçamento necessário para bancar a proposta. A equipe econômica assegura que qualquer iniciativa será compatível com o novo arcabouço fiscal, o que pode exigir compensações ou cortes em outras áreas.
Mesmo assim, membros do governo acreditam que o custo-benefício da medida justifica a agilidade. A queda de receitas, o risco de desemprego e a tensão social são considerados mais danosos do que a despesa com o auxílio emergencial.
Anúncio pode sair nos próximos dias
A expectativa é que o presidente Lula anuncie o pacote já na semana de 5 a 9 de agosto, antes da entrada em vigor oficial das tarifas americanas. A data prevista para início da taxação é 7 de agosto, o que coloca pressão sobre o governo para agir rapidamente.
Caso aprovado, o “bolsa-tarifaço” poderá ser operacionalizado nos moldes do antigo auxílio emergencial da pandemia, com pagamentos feitos por aplicativos da Caixa Econômica Federal e liberação escalonada por mês de nascimento.