- Denúncia da PGR: Bolsonaro é acusado de cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado
- Filhos do ex-presidente reagem: Flávio e Eduardo Bolsonaro criticam a acusação e questionam a falta de provas
- Futuro político: Supremo decidirá se aceita a denúncia, podendo transformar Bolsonaro em réu
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas, acusando-os de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
O documento, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, se baseia em investigações da Polícia Federal (PF). E, contudo, aponta que Bolsonaro teria atuado para subverter a ordem democrática do país.
Os crimes imputados ao ex-presidente incluem:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União;
- Deterioração de patrimônio tombado.
A acusação se baseia, em parte, na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que detalhou a suposta trama.
Flávio Bolsonaro chama denúncia de “vazia”
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi um dos primeiros a reagir à denúncia, classificando-a como infundada.
Segundo ele, não há provas concretas contra seu pai e a iniciativa da PGR seria uma resposta à pressão exercida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Especialmente, pelo ministro Alexandre de Moraes.
“A tentativa de golpe nos prédios públicos vazios virou uma denúncia vazia, que não tem absolutamente NENHUMA PROVA contra Bolsonaro”, escreveu Flávio nas redes sociais.
O senador também criticou o procurador-geral, afirmando que Gonet estaria agindo por motivações políticas para atender aos interesses do governo Lula.
Eduardo Bolsonaro ironiza acusação
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se manifestou sobre o caso em uma transmissão ao vivo ao lado do economista Paulo Figueiredo, também denunciado pela PGR.
Eduardo utilizou o termo “Disneyland coup d’état” (“golpe de Estado da Disneyland”). Contudo, para ironizar a ideia de que seu pai teria tentado dar um golpe.
“O cara ia dar um golpe e, antes, decide viajar para os Estados Unidos? Como é que um golpe funciona assim? Aí ele manda uma mensagem falando para todo mundo voltar para casa? Pelo amor de Deus”, disse Eduardo, fazendo referência à viagem de Bolsonaro aos EUA em 30 de dezembro de 2022, antes da posse de Lula.
Defesa de Bolsonaro critica delator
A defesa do ex-presidente divulgou um comunicado contestando a denúncia da PGR, alegando que ela é baseada exclusivamente na delatação de Mauro Cid.
Segundo os advogados, o ex-ajudante de ordens alterou sua versão diversas vezes, o que comprometeria a credibilidade das informações fornecidas.
“A inepta denúncia chega ao cúmulode lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delatação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade”, diz a nota da defesa.
O que acontece agora?
Com a denúncia formalizada, o Supremo Tribunal Federal deve analisar a admissibilidade do caso. Caso a Corte aceite a acusação, Bolsonaro e os demais denunciados passarão a responder como réus.
A decisão pode ter impactos políticos significativos, especialmente para Bolsonaro e seus aliados, que já enfrentam outros processos na Justiça.
Enquanto isso, a oposição segue pressionando por punição rápida, enquanto a base bolsonarista se mobiliza para defender o ex-presidente e criticar a atuação do Judiciário.