
O Supremo Tribunal Federal (STF) dá início nesta segunda-feira (9) à fase mais esperada do julgamento que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Oito dos principais réus do chamado “núcleo duro” do plano golpista começam a ser interrogados. Mas, ao contrário da expectativa inicial, Jair Bolsonaro não será ouvido hoje.
Segundo a defesa do ex-presidente, o depoimento de Bolsonaro está previsto para a próxima quarta-feira (11).
Isso porque o primeiro a falar será o ex-ajudante de ordens Mauro Cid — delator premiado no caso — que, por lei, tem prioridade. Após ele, os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética: Alexandre Ramagem (PL-RJ), Almir Garnier, Anderson Torres e Augusto Heleno antecedem o ex-presidente na lista.
Preparação intensa e retorno a Brasília
Bolsonaro retornou a Brasília na noite de sábado (7) e, desde então, tem se concentrado em sua defesa. Ele realizou duas reuniões preparatórias com seu advogado, Celso Vilardi: uma na sexta-feira (6) e outra no sábado (7).
A estratégia é manter uma postura firme e negar qualquer envolvimento direto na articulação de um golpe de Estado.
Em paralelo ao interrogatório, a equipe jurídica de Bolsonaro decidiu reforçar sua linha de defesa com pareceres técnicos de juristas renomados.
Nesse sentido, a meta é reunir argumentos que questionem a condução do processo no STF, apontando supostas restrições ao direito de defesa e condutas abusivas no curso da investigação.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro reconhecem que esses documentos dificilmente mudarão o rumo do julgamento atual, cuja decisão final pode sair ainda este ano.
No entanto, a avaliação é de que o material poderá ser útil em recursos futuros – inclusive em cortes internacionais.
Com informações do Lauro Jardim, no O Globo.