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BR Partners vai vender debênture de Eike Batista avaliada em US$ 350 milhões

Foto/Reprodução GDI
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O juiz e administrador acaba de nomear o Banco BR Partners (BRBI11) para liderar a venda da massa falida de Eike Batista, que inclui uma debênture avaliada em US$ 350 milhões

Até agora, outras partes reclamavam propriedade sobre a debênture, mas a publicação do edital pela Justiça de Minas Gerais na noite de ontem pacifica a questão.

Sete meses atrás, Eike contratou a Mogno Capital – uma gestora de ativos alternativos – para reestruturar seus passivos num modelo de litigation finance. Pessoas envolvidas no processo disseram que a Mogno hoje paga um time de 28 advogados entre Brasília, Minas e Rio, com interface diária com o STF, a PGR, e o STJ. Ao recuperar os ativos de Eike e quitar suas dívidas, a gestora participará do resultado líquido.

A contratação da Mogno e a escolha de um banco de primeira linha pela primeira vez injetam uma dose de governança nas negociações que podem tirar Eike da falência – concentrando em um só lugar todas as decisões jurídicas e estratégicas onde antes havia um processo confuso e disperso, muitas vezes marcado por interesses conflitantes.

A BR Partners já começou a contactar fundos de special sits, grandes bancos, fundos soberanos e fundos especializados em royalties, mas o formato do leilão ainda não está claro, disse um investidor contactado pelo banco.

A debênture de US$ 350 milhões

O primeiro ativo a ser vendido é a joia da coroa do que sobrou do império EBX: uma debênture participativa que dá a seu detentor 2,415% do EBITDA da Anglo Ferrous Brasil, a antiga Minas-Rio, que Eike vendeu à Anglo American em 2008. A mina está em processo de ‘ramp up’, e a debênture começa a pagar parcelas mensais em janeiro de 2025, numa bonança que vai durar até 2049 e colocar no bolso do detentor cerca de US$ 6 milhões por mês.

Na prática, o comprador da debênture estará tomando risco Anglo American com uma taxa interna de retorno entre 15% e 20% no preço mínimo, que deve ficar em US$ 350 milhões, de acordo com o investidor contactado. Para efeito de comparação, o bond da Anglo com vencimento em 2050 negocia a um yield to maturity perto de 5%. Os interessados na debênture incluem a própria Anglo e o Mubadala, o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos.

O leilão judicial acontecerá este mês e terminará em 1º de julho.