
O mercado brasileiro de investimentos em criptoativos acaba de ganhar uma novidade de peso. A gestora Hashdex anunciou o lançamento de um novo ETF (Exchange Traded Fund, ou Fundo Negociado em Bolsa) focado exclusivamente na criptomoeda XRP. Negociado na B3, a bolsa de valores oficial do Brasil, sob o ticker XRPH11, este fundo oferece uma nova maneira para os investidores terem exposição a um dos maiores ativos digitais do planeta.
Mas como ele funciona? De acordo com a Hashdex, o XRPH11 tem como objetivo replicar o desempenho do índice Nasdaq XRP Reference Price Index. Para isso, o fundo investirá, no mínimo, 95% do seu patrimônio diretamente em XRP ou através de outros instrumentos financeiros, como contratos futuros, que busquem acompanhar a rentabilidade desse índice específico. Isso significa que, ao comprar cotas do XRPH11, o investidor está, indiretamente, apostando na performance do XRP, mas através de um veículo regulado e negociado em bolsa.
Para quem não está familiarizado, o XRP é atualmente a quarta maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, ostentando uma capitalização impressionante de US$ 128,4 bilhões (cotação de quinta-feira, 24, às 16h23). Este token digital é a espinha dorsal da rede da Ripple, uma empresa americana focada em soluções de blockchain. O XRP foi criado especificamente para facilitar pagamentos internacionais de forma rápida e barata. A ideia é que empresas possam usar o XRP como uma “ponte”: receber um pagamento na moeda de um país, converter esse valor para XRP, enviar o token para o destino e, lá, converter novamente para a moeda local. Esse processo promete ser mais eficiente e ter custos menores do que o sistema bancário tradicional, que depende da rede Swift e de bancos correspondentes.
Um detalhe que chama bastante atenção é que um ETF de XRP como o XRPH11 é algo inédito até mesmo nos Estados Unidos, país onde a Ripple está sediada. Lá, gigantes do mercado de gestão de ativos, como a Grayscale e a Bitwise, ainda aguardam a aprovação de pedidos semelhantes que foram registrados junto à SEC (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, órgão regulador do mercado americano). Isso coloca o Brasil em uma posição de vanguarda ao oferecer esse tipo de produto aos seus investidores.
Samir Kerbage, CIO (Diretor de Investimentos) da Hashdex, destacou a importância do lançamento. Ele mencionou que este é o nono ETF que a gestora lança na B3, ampliando o leque de opções para quem busca diversificar a carteira com ativos digitais. Kerbage ressaltou que o fundo oferece “segurança, transparência e alinhamento às diretrizes regulatórias”. Ele explicou ainda que o “XRPH11 integra a linha de fundos monoativos da Hashdex”, que já conta com ETFs focados em Bitcoin (BITH11), Ethereum (ETHE11) e Solana (SOLH11). Segundo o CIO, o foco principal desses ETFs são “investidores sofisticados, como institucionais, que desejam montar carteiras de criptoativos na B3” de forma organizada e regulamentada.