Salto considerável

Brasil surpreende: superávit da balança comercial dispara quase 36% em agosto

Saldo positivo chega a US$ 6,1 bilhões, um avanço de quase 36% frente ao ano passado, mesmo em meio ao tarifaço e às tensões globais.

Argentina desbanca Brasil em exportacoes para China
Argentina desbanca Brasil em exportacoes para China
  • Brasil registrou superávit de US$ 6,1 bilhões em agosto, alta de 35,8% frente a 2024
  • Exportações somaram quase US$ 30 bilhões, puxadas por agro e mineração
  • Diversificação de parceiros como China e México ajudou a compensar perdas nos EUA

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O resultado surpreendeu ao mostrar fôlego extra da economia em meio a um cenário de tarifas e incertezas externas.

Comparado ao mesmo mês de 2024, o salto foi expressivo: 35,8%. Naquele período, o saldo havia sido de US$ 4,5 bilhões. Os números indicam que o Brasil conseguiu manter o ritmo de exportações em alta, ao mesmo tempo em que controlou as importações.

O que puxou o superávit

O desempenho positivo foi resultado direto do maior volume exportado. As vendas externas chegaram a US$ 29,861 bilhões, sustentadas pelo agronegócio e pelo setor mineral.

as importações ficaram em US$ 23,728 bilhões, abaixo do crescimento das exportações, o que ajudou a ampliar a diferença. Essa combinação foi determinante para que o saldo ficasse acima das expectativas de analistas.

A corrente de comércio, soma de exportações e importações, alcançou US$ 53,589 bilhões em agosto, confirmando o dinamismo do setor externo.

Contexto global e desafios

O resultado vem em um momento delicado para o comércio internacional. A imposição de tarifas pelos Estados Unidos contra o Brasil gerou temores de impacto maior nas exportações, mas o país conseguiu compensar perdas ao diversificar destinos.

A China, por exemplo, ampliou suas compras de produtos brasileiros em quase 30%, enquanto o México também aumentou as importações em ritmo acelerado. Esse movimento reforça o peso de parceiros alternativos diante das tensões com Washington.

Mesmo assim, economistas alertam que a guerra comercial global pode trazer efeitos de médio prazo, exigindo maior cautela da política externa e comercial brasileira.

O que esperar daqui para frente

O superávit robusto em agosto reforça a resiliência da balança comercial, mas especialistas defendem que o governo mantenha o foco na diversificação de mercados.

Além de China e México, outros países da Ásia e da América Latina podem ganhar protagonismo.

Outro ponto de atenção será a evolução da política tarifária americana, que pode afetar setores-chave como o agronegócio e a indústria de transformação. O saldo positivo mostra que há espaço de reação, mas o cenário segue volátil.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.