- País contabilizou 1.819 focos de incêndio em fevereiro
- Cerrado concentra 34,9% das queimadas
- Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais lideram os registros
O Brasil registrou 1.819 focos de incêndio em fevereiro de 2025, conforme os dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número reflete a continuidade da crise ambiental no país, que encerrou 2024 com 278.299 focos, um aumento expressivo de 46,5% em relação ao ano anterior.
A seca histórica que atingiu o Brasil em 2024 agravou a situação, elevando o número de queimadas ao maior patamar desde 2010.
Cerrado lidera queimadas
O Cerrado foi o bioma mais afetado, concentrando 634 focos de incêndio, o equivalente a 34,9% do total. A Mata Atlântica aparece em segundo lugar, com 466 registros, representando 25,6% dos focos do mês. No entanto, os seis biomas brasileiros apresentaram incidências de fogo, o que evidencia a gravidade do problema.
Estados mais atingidos
Entre os estados, Mato Grosso liderou o ranking de queimadas em fevereiro, com 239 focos identificados. A Bahia registrou 227 ocorrências, enquanto Minas Gerais contabilizou 186.
Esses três estados somaram mais de um terço de todos os incêndios detectados no mês, refletindo o impacto regional das condições climáticas adversas e do manejo inadequado do solo.
Alta histórica e impactos ambientais
O Brasil terminou 2024 com um número alarmante de incêndios, atingindo 278.299 focos, um crescimento de 46,5% em relação a 2023. O Monitor do Fogo, do MapBiomas, apontou que a área devastada pelas queimadas no ano passado foi de 30.867.676 hectares – um território maior que toda a Itália.
Deste total, 73% correspondem a vegetação nativa, sendo 25% em formações florestais. As áreas de pastagens queimadas somaram 21,9% do total.
A tendência de alta no número de incêndios está diretamente ligada à pior estiagem dos últimos 75 anos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O agravamento das secas, somado ao desmatamento e ao uso inadequado do fogo na agropecuária, contribui para a degradação ambiental e a perda de biodiversidade.
Perspectivas e desafios para o combate às queimadas
O cenário exige medidas urgentes para conter a destruição ambiental. Especialistas destacam a necessidade de políticas mais eficazes de monitoramento, fiscalização e prevenção, além do incentivo a práticas sustentáveis de manejo do solo.
O aumento da fiscalização e a responsabilização de infratores são pontos centrais para mitigar, portanto, os impactos das queimadas.
Além disso, programas de recuperação ambiental e investimentos em ações de reflorestamento podem ajudar a reduzir os danos causados pelo fogo. A conscientização da população sobre os riscos das queimadas também é fundamental para reverter essa tendência preocupante.
O Brasil enfrenta um desafio ambiental crítico, e a resposta a essa crise determinará o futuro de seus biomas e da biodiversidade nacional.