
- Saldo de crédito do SFN atingiu R$ 6,7 trilhões em julho, alta de 0,4%
- Famílias puxaram a expansão, com aumento de 0,6% no período
- Empresas recuaram 0,1%, mostrando cautela diante do cenário econômico
O saldo total de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu R$ 6,7 trilhões em julho, após avanço mensal de 0,4%. Os números foram divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (27), no relatório de Estatísticas Monetárias e de Crédito.
O movimento reflete principalmente o crescimento no crédito voltado às famílias, que expandiu 0,6% e chegou a R$ 4,2 trilhões. Já as empresas recuaram levemente, com queda de 0,1%, totalizando R$ 2,5 trilhões no período.
Crédito das famílias sustenta alta
O aumento da demanda por crédito das famílias foi o principal fator por trás da expansão. Parcelamentos, financiamentos e operações ligadas ao consumo mantiveram ritmo firme em julho, reforçando o peso do setor no sistema financeiro.
Segundo especialistas, o crédito às pessoas físicas tem se mostrado resiliente, mesmo diante de juros elevados e inflação ainda persistente. O alívio gradual nas taxas, esperado para os próximos meses, pode estimular ainda mais esse movimento.
Para o Banco Central, a tendência confirma o protagonismo das famílias no ciclo de crédito, enquanto as empresas seguem mais cautelosas diante de incertezas no cenário econômico.
Empresas recuam em meio à cautela
Enquanto os lares expandiram sua busca por crédito, as companhias brasileiras reduziram ligeiramente suas operações. A queda de 0,1% em julho mostra que a atividade corporativa ainda não consolidou uma trajetória de retomada.
Os setores mais impactados foram os ligados à indústria e serviços, onde a demanda por capital de giro e novos investimentos segue limitada. O ambiente de custos elevados e projeções de crescimento modesto contribui para essa retração.
Apesar disso, o estoque total de crédito às empresas permanece expressivo, em R$ 2,5 trilhões, o que mostra resiliência em meio às turbulências.
Perspectivas para os próximos meses
Com a política monetária dando sinais de flexibilização, analistas projetam expansão mais acelerada do crédito até o fim do ano. A expectativa é de que a queda gradual da Selic alivie custos de financiamento e estimule tanto famílias quanto empresas.
Para as famílias, a tendência é de maior fôlego no consumo, especialmente em datas sazonais como a Black Friday e o Natal. Para as empresas, o desafio será equilibrar risco e crescimento em um ambiente econômico ainda incerto.
No cenário internacional, a estabilidade financeira global e a evolução das taxas de juros nos Estados Unidos também devem influenciar o ritmo do crédito no Brasil.