Brasileiros já dominam escolas públicas em Portugal; veja os números

• Brasileiros já são metade dos estudantes estrangeiros em escolas públicas portuguesas.
• O movimento reforça o impacto da imigração brasileira na demografia de Portugal.
• Pais destacam ensino de qualidade, diversidade e segurança como fatores decisivos.

Um dado chama atenção no sistema educacional de Portugal: metade dos estudantes estrangeiros nas escolas públicas é brasileira. No ano letivo 2024/2025, são 88.159 alunos do Brasil, segundo levantamento do Ministério da Educação. Logo, o número representa uma alta de 5% em relação ao ciclo anterior e confirma a presença cada vez mais forte da comunidade brasileira no país.

Esse movimento acompanha a onda migratória que transformou a demografia portuguesa nos últimos anos. Depois de uma década de queda populacional até 2018, a chegada de imigrantes, em especial brasileiros, ajudou a inverter a curva. Hoje, Portugal já conta com mais de 550 mil cidadãos vindos do Brasil, que colocam seus filhos majoritariamente na rede pública de ensino.

Onde estão os alunos brasileiros

Os brasileiros são maioria em praticamente todas as etapas da rede pública:

• Pré-escolar: 51,2% dos estrangeiros matriculados
• 1º ciclo (1ª a 4ª série): 50,9%
• 2º ciclo (5ª e 6ª séries): 48,2%
• 3º ciclo (7ª e 8ª séries): 48,5%
• Ensino secundário: 48,4%

O número de estrangeiros em geral subiu 10,85% em comparação a 2023/2024, refletindo o fluxo migratório crescente. Desse modo, o governo português destaca que a chegada de imigrantes, sobretudo brasileiros, ajudou a reverter a tendência de queda populacional verificada até 2018.

Demografia e impacto social

Portugal tem hoje cerca de 1,6 milhão de imigrantes, 15% da população total, sendo mais de 550 mil brasileiros, de acordo com a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima).

Portanto, esse movimento, segundo o Banco de Portugal, sustenta o crescimento demográfico, já que os imigrantes são mais jovens e em idade de formação de famílias.

Qualidade do ensino e adaptação

Relatos de famílias brasileiras reforçam a atratividade da rede pública portuguesa. Assim, a professora Bianca Toniolo, do Rio Grande do Sul, que vive em Leiria, afirma que o conteúdo escolar superou suas expectativas e que a filha Antonia, de 13 anos, encontrou diversidade e segurança no ambiente escolar.

Já Rakel Elany, cearense que vive na região de Lisboa, destaca o acesso a idiomas como inglês e francês no currículo da escola pública, algo que no Brasil exigiria investimento extra em cursos privados.

Escolas privadas têm perfil distinto

Se nas escolas públicas os brasileiros já são maioria, na rede privada o quadro muda de figura. Nesse sentido, no ano letivo de 2023/2024, foram 8.618 alunos brasileiros matriculados, de acordo com o Ministério da Educação.

Por fim, esse total equivale a 24,8% dos estudantes estrangeiros em colégios particulares, uma fatia bem menor do que a registrada no ensino público.