Uma pesquisa de opinião realizada pelo Datafolha revela que a população brasileira está mais pessimista com a trajetória da inflação. De acordo com o levantamento, 67% dos entrevistados acreditam que a inflação vai piorar em 2025, um aumento significativo em relação aos 51% registrados no ano anterior. Esse pessimismo crescente reflete as preocupações da população com o aumento do custo de vida e a capacidade de manter o poder de compra.
A pesquisa também abordou a percepção dos brasileiros sobre os salários e o desemprego. Em relação aos salários, 39% dos entrevistados acreditam que não irão acompanhar o ritmo de aumento dos preços, acima dos 30% registrados no ano passado. Outros 31% acreditam que os salários ficarão como estão, e 27% esperam um aumento.
No que diz respeito ao desemprego, a pesquisa mostra um cenário ligeiramente mais otimista. A percepção de que o desemprego vai aumentar caiu de 46% em março para 41% em dezembro. Para 33% dos entrevistados, o nível de desemprego permanecerá estável, e 24% acreditam que haverá uma diminuição na taxa de desempregados.
Contexto Econômico e Expectativas
As projeções oficiais do governo e as expectativas do mercado também apontam para um cenário de inflação pressionada. O último Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), mostrou que os economistas consultados elevaram suas expectativas para a inflação em 2025, prevendo que o IPCA termine o ano com alta de 4,96%. Caso essas previsões se confirmem, tanto 2024 quanto 2025 terminarão com a inflação acima do teto da meta oficial, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Metodologia da Pesquisa
A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, após o anúncio do pacote de ajuste fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad — considerado insuficiente por economistas — e em meio à alta do dólar para níveis recordes. A pesquisa também ocorreu logo após o Banco Central aumentar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, sinalizando mais duas altas da mesma magnitude para o início de 2025.
O levantamento entrevistou 2.002 pessoas em 113 municípios do Brasil, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.