
- Gargalos nos vistos H1B e green cards afetam etapas dependentes do DOL e atrasam processos de profissionais e estudantes.
- Brasileiros têm impacto limitado, com cerca de 900 pessoas diretamente afetadas; processos em andamento permanecem praticamente sem prejuízo.
- Alternativas como EB1 e B1 se tornam principais opções, enquanto mudanças na loteria do H1B reduzem chances de recém-formados.
O shutdown nos Estados Unidos, iniciado em 1º de outubro de 2025, já afeta processos de vistos e imigração, incluindo brasileiros. A paralisação parcial de órgãos federais gerou gargalos que atrasam etapas críticas para autorizações de trabalho, green cards e vistos H1B.
Enquanto algumas entidades autofinanciadas seguem operando, departamentos dependentes de orçamento federal, como o U.S. Department of Labor (DOL), permanecem paralisados, impedindo a conclusão de certificações e aprovações essenciais para a entrada e movimentação de profissionais no país.
Filas e atrasos nos consulados
Consulados e embaixadas dos EUA no Brasil continuam funcionando, mas já registram filas mais longas e prazos ampliados. Serviços essenciais, como CBP e TSA, mantêm fronteiras e aeroportos abertos, mas relatórios indicam inspeções mais lentas devido à sobrecarga.
O sistema E-Verify, usado por empresas para validar autorizações de trabalho de estudantes, ficou inativo por quase uma semana, afetando cerca de um milhão de alunos internacionais. A retomada ocorreu em 7 de outubro, mas evidenciou o efeito dominó causado pelo shutdown.
Especialistas recomendam que candidatos a vistos e trabalhadores revisem prazos e documentação, incluindo cartas-convite e comprovações de vínculo empregatício, para minimizar atrasos e contratempos.
Vistos de trabalho travados
Os vistos H1B e green cards baseados em emprego são os mais impactados. O sistema FLAG, responsável por aprovar salários prevalecentes e certificações laborais (LCA e PERM), está fora do ar desde o início do shutdown.
Sem essas aprovações, empregadores não conseguem avançar com processos de vistos, mesmo que pedidos no USCIS estejam regulares. Estima-se que entre 40 mil e 80 mil profissionais estejam impossibilitados de mudar de emprego por conta da paralisação.
Como alternativa, empresas de tecnologia têm buscado vistos B1 e EB1, que não dependem do DOL, enquanto o mercado registra recorde de 85 mil green cards por mérito emitidos em 2025, evidenciando a migração para processos mais rápidos e independentes.
Impacto específico para brasileiros
Apesar do cenário, o efeito sobre brasileiros é relativamente pequeno, com cerca de 900 pessoas afetadas diretamente. Profissionais com processos já em andamento nos EUA seguem praticamente sem prejuízo, enquanto quem inicia aplicações a partir do Brasil é o mais impactado.
Mudanças recentes na loteria do H1B também penalizam salários mais baixos, reduzindo em metade as chances de graduação permanecer nos EUA. Mestres e doutores, com salários mais altos, passam a ter prioridade, enquanto recém-formados enfrentam chances de apenas 10%.
Especialistas orientam planejamento adicional e alinhamento com consultorias para reduzir riscos e atrasos durante a paralisação. O acúmulo de processos pode persistir meses após o fim do shutdown.