Processo burocrático

Brasileiros terão mais dificuldade para visto dos EUA: entrevistas passam a ser obrigatórias

Adolescentes e idosos deixam de estar isentos da etapa presencial; paralisação do governo americano ameaça serviços consulares.

economia bandeira eua
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  • Adolescentes e idosos não têm mais isenção de entrevista para vistos dos EUA
  • Shutdown ameaça continuidade dos serviços consulares
  • Processo deve ficar mais demorado e burocrático para brasileiros

O Departamento de Estado dos EUA mudou as regras para a concessão de vistos de não imigrante e endureceu o processo para brasileiros. A partir de agora, adolescentes com menos de 14 anos e idosos acima de 79 anos não poderão mais obter dispensa de entrevista, salvo em raras exceções.

A medida ocorre em meio ao shutdown do governo americano, que já impacta agências federais e gera dúvidas sobre a continuidade dos serviços consulares. Mesmo assim, a Embaixada dos EUA afirmou que seguirá atendendo pedidos de visto e passaporte “enquanto a situação permitir”.

Mudança nas regras

Segundo a determinação, todos os solicitantes de visto de não imigrante deverão ser entrevistados por um oficial consular. Apenas visitantes temporários em categoria B, trabalhadores agrícolas na classificação H-2A e alguns viajantes oficiais de governos estrangeiros seguem dispensados.

Ainda há uma brecha: quem busca renovar visto B-1 (negócios), B-2 (turismo) ou B1/B2 dentro de 12 meses após a expiração do anterior pode ser elegível à dispensa. Porém, é necessário que o documento anterior tenha sido emitido com validade total e que o solicitante tenha ao menos 18 anos.

Com isso, o grupo de adolescentes e idosos, antes dispensados automaticamente, terá de passar pelo processo presencial, o que pode aumentar filas e tempo de espera para agendamento.

Efeitos do shutdown

O impasse orçamentário em Washington levou à paralisação parcial de órgãos federais, com suspensão de milhares de servidores. Serviços essenciais, como segurança e saúde, seguem ativos, mas outras áreas já sentem os efeitos.

A Embaixada dos EUA em Brasília afirmou que manterá serviços de passaporte e visto enquanto houver recursos. No entanto, alertou que a continuidade depende da evolução da crise fiscal americana.

Nas redes sociais, os perfis oficiais também reduziram publicações. Somente informações urgentes, ligadas à segurança, continuarão sendo divulgadas até o restabelecimento completo das operações.

Impacto para brasileiros

Para quem planeja viajar aos Estados Unidos, as novas exigências e a instabilidade política em Washington criam incertezas adicionais. O processo já é conhecido pela burocracia e prazos longos, e agora deve ficar ainda mais congestionado.

Agências de turismo e consultorias em vistos afirmam que a recomendação é se antecipar e solicitar a renovação ou emissão o quanto antes, evitando os meses de maior procura. O aumento da fila, segundo especialistas, pode se agravar ainda mais caso a paralisação do governo se estenda.

Na prática, a mudança pressiona especialmente famílias que viajam com crianças e idosos, já que todos terão de comparecer à entrevista presencial em consulados e embaixadas dos EUA no Brasil.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.