Mudança no comando

Brava Energia (BRAV3) troca presidência do conselho em meio a virada bilionária no balanço

Richard Kovacs assume o comando do colegiado após renúncia de Harley Lorentz Scardoelli; empresa reporta lucro recorde no 2T25 e redução de investimentos.

Foto/Reprodução: Brava Energia
Foto/Reprodução: Brava Energia
  • Richard Kovacs é eleito presidente do conselho de administração da Brava Energia.
  • Companhia registrou lucro líquido de R$ 1,05 bilhão no 2T25, revertendo prejuízo.
  • Produção, receita e Ebitda bateram recorde no trimestre.

A Brava Energia (BRAV3) anunciou nesta segunda-feira (11) que Richard Kovacs é o novo presidente do conselho de administração da companhia. A decisão, tomada de forma unânime, ocorreu após a renúncia de Harley Lorentz Scardoelli, que continuará como membro efetivo do colegiado.

Kovacs, que já atuava como conselheiro independente, assume em um momento estratégico para a empresa. Na semana anterior, a petroleira divulgou resultados do segundo trimestre de 2025 que surpreenderam positivamente o mercado, marcando um importante ponto de virada nos números.

Lucro recorde marca virada no desempenho

O balanço do 2T25 revelou uma recuperação consistente e acelerada. A companhia reverteu um prejuízo de R$ 582,1 milhões registrado no mesmo período de 2024, consolidando um lucro líquido de R$ 1,05 bilhão. Além disso, o aumento da produção e a melhora na eficiência operacional impulsionaram o resultado.

De forma complementar, o Ebitda ajustado alcançou R$ 1,33 bilhão entre abril e junho, representando alta de 29% sobre o ano anterior. Trata-se do maior desempenho operacional da história da Brava Energia para um segundo trimestre. Com isso, a empresa demonstrou que consegue gerar caixa de maneira consistente mesmo em um cenário volátil.

Além do resultado financeiro expressivo, a receita líquida atingiu patamares inéditos. Esse avanço ocorreu apesar das oscilações nos preços internacionais do petróleo, o que reforça a resiliência e a capacidade de adaptação da companhia diante de fatores externos.

Redução de investimentos e avanço no projeto Atlanta

No segundo trimestre, a Brava Energia reduziu o capex pelo segundo período consecutivo. Essa diminuição foi possível graças à conclusão da primeira etapa do projeto Atlanta, localizado na Bacia de Santos, considerado um dos ativos mais relevantes para o futuro da empresa.

Essa fase contemplou a perfuração de dois novos poços, a conexão de seis poços ao novo FPSO que começou a operar em janeiro e a instalação de modernos equipamentos submarinos. Com essas entregas, a empresa passou a contar com maior capacidade de produção sem ampliar significativamente os custos operacionais.

Como resultado, a conclusão dessa etapa abre espaço para mais eficiência e previsibilidade no fluxo de caixa. Portanto, a gestão poderá direcionar recursos para novas iniciativas, mantendo o equilíbrio entre expansão e controle de gastos.

Mudança estratégica no comando do conselho

A eleição de Richard Kovacs é interpretada como estratégica para a continuidade da trajetória positiva da Brava Energia. Como conselheiro independente, ele já contribuía para as decisões de alto nível e para a formulação de políticas de investimento.

Sua chegada à presidência coincide com um período de consolidação operacional, no qual a empresa busca sustentar o crescimento enquanto mantém a disciplina financeira. Ao mesmo tempo, a permanência de Scardoelli no colegiado garante a preservação de práticas e diretrizes que geraram bons resultados.

Assim, o mercado acompanha de perto como essa nova composição poderá influenciar as estratégias futuras. Com lucros recordes e projetos-chave concluídos, a expectativa é de que a liderança reforçada fortaleça a posição competitiva da empresa.

O que esperar para os próximos meses

A combinação de redução de investimentos e recordes operacionais cria um cenário favorável para crescimento sustentável. Se a Brava Energia mantiver a eficiência e o foco em projetos rentáveis, poderá ampliar sua geração de caixa e, consequentemente, gerar mais valor para os acionistas.

Entretanto, o desafio estará em enfrentar a volatilidade dos preços do petróleo e a intensa competição no setor. Para isso, a companhia pretende investir em tecnologia, inovação e estratégias de longo prazo, garantindo maior estabilidade de resultados.

Caso a nova gestão consiga transformar os ganhos recentes em um padrão contínuo de desempenho, a Brava Energia poderá consolidar-se como uma das empresas mais lucrativas do setor de energia no Brasil.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.