Realocação de investimentos

BTG avisa: esteja preparado para uma alta de ações no Brasil

A Bolsa brasileira segue em alta em 2025, impulsionada pelo fluxo estrangeiro e por um movimento global de realocação de investimentos.

BTG avisa: esteja preparado para uma alta de ações no Brasil
  • Estrangeiros lideram os investimentos na B3 em 2025
  • Alocação de fundos locais em ações brasileiras está nos menores níveis
  • Perspectivas eleitorais para 2026 geram incerteza nos investidores nacionais

A Bolsa brasileira segue em alta em 2025, impulsionada pelo fluxo estrangeiro e por um movimento global de realocação de investimentos. No entanto, os investidores locais ainda mantêm baixa exposição ao mercado acionário, o que pode desencadear uma reação em cadeia caso essa tendência mude nos próximos meses.

Estrangeiros dominam os aportes na B3

O BTG Pactual aponta que muitos gestores e family offices reduziram sua exposição a ações brasileiras a níveis extremamente baixos, comparáveis às alocações em criptomoedas.

Entretanto, o recente rali do mercado pode levar a um efeito de “medo de ficar de fora” (fear of missing out ou FOMO), pressionando uma reavaliação das carteiras.

O levantamento do banco revela que, em 2025, o Brasil recebeu R$ 5,5 bilhões em investimentos externos, sem contar operações pontuais como a transação Cosan-Vale.

No mesmo período de 2024, o fluxo estava negativo em R$ 22 bilhões, demonstrando uma reviravolta na percepção dos estrangeiros sobre o mercado brasileiro.

Realocação global impulsiona mercados emergentes

Não é apenas o Brasil que tem se beneficiado. A saída de capital da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e do Nasdaq, devido às incertezas sobre a economia americana e a alta avaliação das empresas de tecnologia, tem direcionado recursos para mercados emergentes e europeus.

Segundo o JP Morgan, os mercados desenvolvidos da Europa já receberam US$ 14 bilhões em investimentos em 2025, revertendo um ciclo de saídas que durava desde 2018.

No Brasil, esse movimento ainda está em fase inicial, mas pode ganhar força caso os investidores locais voltem a confiar no mercado.

Investidores locais ainda relutantes

Apesar do fluxo estrangeiro positivo, os gestores nacionais seguem reticentes. A alta dos juros e a fragilidade da economia interna mantêm, no entanto, o apetite ao risco em patamares baixos.

Muitos gestores estão avaliando os cenários eleitorais para 2026 e aguardam sinais mais concretos de mudanças econômicas antes de aumentar suas posições em Bolsa.

Outro fator que pesa na decisão dos investidores é a predominância do setor de utilities em muitas carteiras. O BTG questiona se, em um ambiente de maior apetite ao risco, manter essa exposição é estratégia ideal.

“Se os investidores internacionais estão impulsionando a alta, por que os investidores locais seguem concentrados em setores defensivos?”, destaca o relatório.

Um novo impulso para a Bolsa?

A grande questão que permanece é quando os investidores locais irão se movimentar. O BTG sugere que essa resposta pode vir em semanas, não em meses.

Se o fluxo estrangeiro continuar firme e o mercado seguir em alta, a pressão para um ajuste nas carteiras locais pode se intensificar.

Por enquanto, o Ibovespa segue sua trajetória ascendente, beneficiando-se da mudança global de alocação de capital. Se os investidores brasileiros decidirem acompanhar essa tendência, o mercado pode ganhar um novo fôlego e surpreender ainda mais.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ