O BTG Pactual (BPAC11) deu mais um passo em sua estratégia de varejo digital comprando todas as ações com direito de voto do Banco Pan (BPAN4), que até então pertenciam à Caixa, por R$ 3,7 bilhões. Após a compra, as ações do Pan saltaram 15%.
Dessa forma, agora o BTG possui 71,7% de participação no capital total do banco – antes possuía 44,9%. Portanto, o maior banco de investimentos da América Latina, de André Esteves, possui 100% do capital votante. E, portanto, põe fim a mais de 10 anos de controle compartilhado com o banco federal.
O preço pago pelo BTG foi de R$ 11,42 por ação, isto é, pouco acima do preço de tele de ante ontem. E, além disso, uma média do preço desde que a Caixa falou sobre sua intenção de realizar um follow-on e vender suas ações. Dessa forma, o preço pago gera um valuation de 2,4x book.
As negociações do BTG
A Caixa tinha o desafio de fazer um follow-on com a baixa liquidez que as ações ON do Banco Pan possuem. Além disso, como o BTG tinha direito de preferência e a Caixa sofreria um desconto no follow-on devido à falta liquidez, fazia sentido vender as ações ao banco. De acordo com fontes do Brazil Journal, a Caixa concordou em manter acordos de funding com o Pan, por 5 anos. Isto é, para cessões de crédito e letras financeiras.
O Banco Pan possui uma carteira de crédito de R$ 29 bilhões no final de 2020 e mais de 7 milhões de clientes. O BTG se sentiu atraído pelo crescimento de contas do banco, que, segundo uma fonte também do Brazil Journal, “não deixa nada a dever ao Inter e Nubank”.
Por fim, vale dizer que após a compra o Índice de Basileia do BTG Pactual (BPAC11) ainda está em torno de 16,5%. Portanto, não devemos esperar um novo follow-on no curto prazo.