Estratégia

Buscando blindar os lucros, México vira rota da WEG (WEGE3) para escapar das tarifas dos EUA

Após tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, a WEG (WEGE3) antecipa investimentos no México e redesenha sua cadeia de produção para atender o mercado norte-americano.

WEGE3
O QUE E A WEG E AS ACOES WEGE3 Os Melhores Investimentos Acoes da WEG
  • WEG (WEGE3) ampliará produção no México para contornar tarifas de 50% dos EUA.
  • Investimentos antecipados devem compensar impactos até 2026.
  • Lucro de R$ 1,65 bi no 3T25 e expansão de fábricas nos EUA reforçam estratégia global.

A WEG (WEGE3) vai ampliar sua produção no México para compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A estratégia busca preservar margens e competitividade, após perdas maiores que o esperado no último trimestre.

O diretor financeiro André Luis Rodrigues afirmou que a empresa vem adiantando investimentos e reestruturando sua cadeia de suprimentos, direcionando parte da fabricação voltada ao mercado dos EUA para o território mexicano. O plano, segundo ele, deve compensar os impactos até o primeiro semestre de 2026.

Reorganização industrial e foco no México

Rodrigues explicou que as novas unidades mexicanas serão totalmente voltadas às exportações para os Estados Unidos, enquanto as fábricas brasileiras abastecerão México e América Central. “Temos acelerado os investimentos em capacidade produtiva no México”, afirmou o executivo em entrevista à Bloomberg News.

As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, aplicadas em agosto, levaram a companhia a ajustar rotas logísticas e estrutura de custos. Logo, o movimento é uma resposta à escalada protecionista americana, que afetou diversos setores industriais.

Apesar das restrições, a WEG reforçou que não pretende reduzir a operação brasileira, e sim redistribuir fluxos de produção para manter acesso competitivo ao mercado norte-americano.

Expansão nos EUA e resultados trimestrais

Além do México, a WEG também amplia investimentos diretos nos Estados Unidos, onde fabrica transformadores e equipamentos elétricos e emprega cerca de 2.200 pessoas. Em setembro, a empresa anunciou um aporte de US$ 77 milhões para expandir uma de suas unidades no país.

Na última quarta-feira (22), a companhia divulgou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no 3º trimestre, superando as estimativas de analistas. Além disso, a WEG reafirmou sua margem Ebitda entre 21,8% e 22,4% para o ano, demonstrando resiliência operacional mesmo sob pressão externa.

As ações WEGE3 chegaram a subir 1,8%, embora ainda acumulem queda de 25% no ano, em contraste com a alta de 20% do Ibovespa. Portanto, para o mercado, o desempenho reforça a capacidade da empresa de reagir rapidamente a choques externos.

Exportações e perspectiva para 2026

Dados do Bank of America mostram que as exportações de motores e geradores de Jaraguá do Sul, onde fica a sede da WEG, caíram 13% em setembro na comparação anual, reflexo direto das tarifas. Mesmo assim, a empresa mantém perspectiva positiva para os próximos trimestres.

Ademais, segundo Rodrigues, a operação internacional segue com desempenho robusto e a companhia deve compensar integralmente os efeitos tarifários até 2026. Ele reforçou que a WEG continuará buscando eficiência e crescimento de lucro por ação, mesmo em um ambiente de juros altos e câmbio volátil.

Independentemente do cenário macroeconômico, seguimos encontrando formas de elevar a rentabilidade”, afirmou o CFO. Por fim, o foco, segundo ele, é proteger margens e consolidar a presença global da WEG em um setor em rápida transformação.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.