
A Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças) e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças) lançaram um alerta dramático ao presidente Lula: um eventual benefício fiscal à BYD pode desencadear mais de 50 mil demissões na indústria automotiva do Brasil.
O motivo da crise iminente seria o pleito da montadora chinesa para operar com isenção ou redução drástica de tarifas de importação no regime SKD/CKD — um modelo no qual os carros vêm quase prontos do exterior, restando à fábrica local apenas a montagem final.
Benefício bilionário para a BYD pode implodir setor automotivo
Segundo as entidades, a BYD solicitou ao governo federal a redução da alíquota de importação de autopeças de 18%–20% para até 5% no regime SKD e 10% no regime CKD. Embora isso tornasse os modelos da marca mais baratos, desmontaria a cadeia de produção nacional.
Montadoras como Volkswagen, Stellantis e General Motors, que investem bilhões e produzem localmente, se dizem em desvantagem diante da manobra da BYD. O alerta é claro: “essas práticas ameaçam diretamente fornecedores e empregos”.
Cadeia de autopeças pode desabar
O setor de autopeças, altamente dependente da demanda local e com mais de 500 mil empregos diretos e indiretos, vê o risco de um colapso. A fabricação nacional se sustenta graças à exigência de conteúdo local e à proteção contra importações agressivas.
Com a possível liberação do benefício para a BYD, fornecedores de motores, transmissões, cabines e sistemas eletrônicos poderiam ser descartados em prol de componentes vindos quase prontos da China. A consequência? Fechamento de fábricas, cortes em massa e desindustrialização.
Pressão política aumenta e resposta do governo é aguardada
A pressão chegou ao Planalto. A carta enviada a Lula afirma que, se a medida for aprovada, será impossível manter empregos e competitividade. O setor acusa a BYD de buscar vantagens indevidas enquanto se apresenta como “investidora verde”.
Por outro lado, a BYD argumenta que o incentivo é temporário, enquanto a planta completa em Camaçari (BA) é finalizada. O governo ainda não deu resposta oficial, mas interlocutores indicam que a Fazenda e o MDIC analisam os impactos com cautela.
Resumo em 3 pontos:
- Associações do setor automotivo alertam para até 50 mil demissões se benefício fiscal for concedido à BYD.
- Montadoras e autopeças afirmam que medida causaria desindustrialização, favorecendo importações quase completas.
- Governo Lula ainda avalia o pleito da BYD, sob pressão crescente do setor produtivo nacional.