
- Carrefour Brasil encerra capital aberto em 30 de maio, tornando-se subsidiária 100% da matriz francesa.
- Nova estrutura permitirá agilidade nos processos e aceleração da expansão de lojas a partir de 2026.
- Acionistas aceitaram oferta revisada, com opções de pagamento em dinheiro, ações ou combinação de ambos.
Na próxima sexta-feira (30), o Carrefour Brasil encerrará oficialmente seu ciclo como companhia de capital aberto. A empresa, que lidera o setor de varejo alimentar no país, será incorporada totalmente pela matriz francesa, após o cumprimento de todas as condições suspensivas exigidas para a operação.
Essa mudança estrutural foi aprovada no fim de abril, durante assembleia de acionistas. Desde então, os trâmites foram sendo finalizados para permitir que a empresa deixe a bolsa de valores brasileira, a B3. A expectativa é de que, com o fechamento de capital, o grupo ganhe agilidade na tomada de decisões e eficiência administrativa para crescer com mais liberdade nos próximos anos.
Estratégia busca desburocratização e integração
O presidente-executivo do Carrefour Brasil, Stephane Maquaire, destacou que a nova estrutura permitirá avanços importantes. Ele afirmou que a saída da bolsa eliminará etapas intermediárias de governança, reduzindo a burocracia e permitindo decisões mais rápidas junto à matriz.
Além disso, Maquaire acredita que a empresa poderá acelerar seu processo de expansão. A partir de 2026, a meta é abrir mais lojas, explorar novos formatos de varejo e investir em inovação. Com menos exigências regulatórias, o grupo terá condições de operar com mais foco e eficiência.
Outro ponto relevante é o reforço na integração com a matriz. O Carrefour França poderá alinhar suas estratégias de forma direta com a operação brasileira, o que deve fortalecer áreas como logística, tecnologia e oferta de produtos.
Proposta revisada atendeu aos acionistas
Durante as negociações, houve questionamentos sobre o valor inicial proposto para a compra das ações. No início, o Carrefour França ofereceu R$ 7,70 por papel. Contudo, após críticas de acionistas minoritários e pressões de mercado, o valor foi reajustado para R$ 8,50 por ação.
Esse aumento tornou a proposta mais atrativa, facilitando sua aprovação. Além disso, os acionistas puderam escolher entre três formas de recebimento:
- Pagamento integral em dinheiro (R$ 8,50 por ação – Classe A);
- Metade em dinheiro e metade em ações da matriz (Classe B);
- Total em ações do Carrefour França (Classe C).
Essa flexibilidade foi fundamental para garantir a adesão à oferta. Muitos investidores preferiram receber em dinheiro, mas outros optaram pela conversão em ações da matriz, considerando o desempenho da companhia no mercado europeu.
Companhia deixará a B3 e muda perfil financeiro
Com o fechamento de capital, o Carrefour Brasil deixará de negociar ações na B3. A partir de então, a empresa passará a operar apenas por meio da emissão de instrumentos de dívida, como debêntures. Isso permitirá captar recursos com foco em projetos específicos, sem depender do mercado acionário.
Essa mudança marca uma nova etapa. Embora reduza a transparência exigida pelo mercado de capitais, a medida pode fortalecer a governança interna, já que a empresa estará diretamente subordinada à controladora.
Para o Carrefour França, a operação representa uma consolidação estratégica. O Brasil é um de seus principais mercados globais, e a incorporação total permitirá maior controle e flexibilidade operacional. Portanto, a expectativa é de que o grupo explore ainda mais o potencial do varejo brasileiro, que segue em crescimento.