Momento crítico

CEO da Petrobras alerta: “Indústria pode fracassar” e defende nova tributação anticíclica

Magda Chambriard cobra disciplina de capital, critica a MP 1304 e pede moderação tributária em meio ao petróleo a US$ 62.

Magda Chambriard - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Magda Chambriard - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
  • Petrobras defende tributação anticíclica e critica MP 1304.
  • Preço do barril em US$ 62 intensifica necessidade de disciplina de capital.
  • Executiva cobra mais exploração e vê renováveis com retorno ainda limitado.

A CEO da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, afirmou que o setor vive um momento crítico com o petróleo próximo de US$ 62, muito abaixo dos níveis de um ano atrás, e reforçou que a empresa precisa manter disciplina de capital para enfrentar o ciclo negativo.

Durante a PRIO Conference, a executiva defendeu um modelo de tributação anticíclica, semelhante ao do Reino Unido, e criticou medidas que elevam custos em períodos de baixa, afirmando que isso pode comprometer investimentos essenciais.

Pressão do petróleo e alerta sobre custos

Magda destacou que o preço atual do barril ameaça cair para US$ 50. Enquanto a receita do setor despencou cerca de 75% desde o ano passado.

Além disso, segundo ela, sem corte de custos e responsabilidade financeira, empresas do setor podem falhar.

Desse modo, a executiva reforçou que 44% da energia primária do Brasil depende da indústria de petróleo, o que amplia o risco para o país.

Críticas à MP 1304 e aos impactos regionais

A CEO criticou a MP 1304, que elevou o preço de referência do Brent para cálculo de royalties, afirmando que a regra desconsidera o momento atual do mercado.

Ela lembrou que o mecanismo fazia sentido no pré-sal quando o petróleo estava a US$ 120, mas não com o barril na casa dos US$ 62.

Portanto, Magda alertou que o aumento de tributos pode inviabilizar projetos na Bacia de Campos e comprometer o desenvolvimento do gás natural.

Exploração, reservas e transição energética

A executiva disse que o país precisa acelerar campanhas exploratórias e citou foco na Margem Equatorial e na Bacia de Pelotas.

Ademais, ela reforçou que a reposição de reservas depende de “furar e torcer”, ressaltando incertezas naturais da exploração.

Por fim, sobre transição energética, Magda afirmou que muitos projetos renováveis apresentam TIR baixa, enquanto etanol e biodiesel começam a oferecer retornos mais atrativos.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.