O governo chinês anunciou um aumento significativo na emissão de títulos do tesouro ultralongos em 2025, com o objetivo de fortalecer o investimento empresarial e estimular o consumo interno. A medida visa mitigar os efeitos da crise imobiliária e promover a recuperação econômica.
De acordo com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC), o volume de títulos públicos especiais ultralongos será ampliado este ano. Yuan Da, secretário-geral adjunto da NDRC, destacou que os recursos serão destinados à atualização de equipamentos empresariais e à troca de bens de consumo, como carros e eletrodomésticos. Além disso, as famílias poderão acessar subsídios para comprar dispositivos digitais como smartphones e tablets.
Queda das ações chinesas e alta do Yuan/Dólar
No entanto, o cenário econômico da China enfrenta desafios. Hoje, 3 de janeiro, as ações chinesas caíram, com o índice FTSE China A50 apresentando perdas significativas. Além disso, a cotação do yuan sofreu uma alta frente ao dólar, refletindo uma pressão crescente sobre a moeda chinesa em um contexto de desafios econômicos.
Juros longos em níveis históricos
O governo chinês também tem enfrentado desafios com os juros longos dos títulos públicos, que mergulharam nos patamares mais baixos dos últimos 15 anos. A redução nas taxas de juros reflete os esforços contínuos para impulsionar o crescimento, mas também levanta preocupações sobre a “japanização” da economia, com taxas de juros extremamente baixas durante períodos prolongados.
Investimentos estratégicos e expectativas de déficit fiscal
Em resposta à desaceleração econômica, Pequim aumentará o financiamento de setores estratégicos, como infraestrutura e segurança. O governo também planeja uma emissão recorde de 3 trilhões de iuanes em títulos do tesouro ultralongos para 2025. Além disso, os títulos locais deverão atingir 4,7 trilhões de iuanes, elevando o déficit orçamentário para um nível histórico de 9-10% do PIB, segundo Zhang Ming, economista sênior da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Projeções para o futuro
Apesar da pressão sobre o yuan e da queda das ações, o governo chinês mantém uma meta de crescimento econômico de 5% para 2025. No entanto, o sucesso dessas iniciativas dependerá da resposta do mercado às medidas fiscais e monetárias implementadas para enfrentar os desafios econômicos.