
A China, maior emissora de dióxido de carbono do mundo, decidiu não investir no fundo florestal criado pelo Brasil durante a COP30, frustrando as expectativas do Governo Lula de ampliar os aportes à iniciativa.
A ausência chinesa representa um revés diplomático e climático para o Brasil, que pretendia usar o fundo como vitrine de liderança ambiental e estímulo financeiro à preservação das florestas tropicais.
Um baque para o fundo florestal
O Tropical Forest Forever Facility (TFFF) foi lançado com a meta de arrecadar até US$ 125 bilhões, mas até agora soma cerca de US$ 5,5 bilhões em compromissos. A entrada da China era vista como essencial para dar robustez ao projeto e atrair novos parceiros internacionais.
A decisão chinesa, porém, foi a de não realizar aportes financeiros diretos, alegando que a prioridade deve ser o investimento de países desenvolvidos, enquanto Pequim busca atuar por outros meios de cooperação climática.
Sem o capital chinês, o Brasil perde um dos maiores potenciais financiadores do mundo e vê o fundo nascer com menos força do que o planejado.
Estratégia e impacto diplomático
A ausência também tem peso simbólico: a China é o país que mais emite CO₂ e cuja participação seria estratégica para dar legitimidade global ao fundo. A decisão foi interpretada por diplomatas como um recado político, indicando que Pequim prefere manter autonomia em suas políticas climáticas.
Enquanto isso, outros países como Índia, Japão e Reino Unido também não anunciaram aportes, ampliando o desafio de alcançar o volume prometido para o TFFF.
Sem a adesão da China, contudo, a credibilidade internacional do projeto fica abalada, e a expectativa é que as negociações se prolonguem para além da COP30.
Pontos principais
- China decide não investir no fundo florestal criado pelo Brasil na COP30.
- Fundo soma US$ 5,5 bilhões, muito abaixo da meta inicial de US$ 125 bilhões.
- Ausência chinesa reduz a força diplomática e financeira da iniciativa brasileira.