
- Redução na sinistralidade: Melhor índice desde a fusão com a NotreDame Intermédica
- Acordo com o governo: Gera impacto positivo de R$ 470 milhões
- Conclusão da integração: Processo finalizado em dezembro, abrindo caminho para novas iniciativas
A Hapvida reportou um quarto trimestre marcado por avanços significativos, incluindo a queda na sinistralidade, ajustes contábeis nos balanços dos últimos anos e um ganho expressivo proveniente de um acordo com o Governo Federal.
A companhia realizou ajustes nos balanços entre 2016 e 2023, com impacto acumulado de R$ 200 milhões no padrão IFRS 4. Segundo o CFO Luccas Adib, essas revisões fazem parte de um aprimoramento nos processos internos e não impactam o caixa da empresa.
“Estamos melhorando nossas estruturas de controle”, afirmou.
Acordo com o Governo Federal
A Hapvida firmou um acordo para renegociar passivos relacionados a ressarcimentos ao SUS e multas aplicadas pela ANS. Esse ajuste gerou um ganho de R$ 470 milhões, refletindo positivamente no EBITDA em R$ 145 milhões e no resultado financeiro em R$ 325 milhões.
Com esse reforço, a empresa alcançou um EBITDA de R$ 1,06 bilhão no trimestre, em linha com as expectativas do mercado. A margem EBITDA subiu de 10,3% no quarto trimestre de 2023 para 13,4%.
Sinistralidade em queda
A empresa reportou uma redução na sinistralidade para 67,9%, o melhor índice desde a fusão com a NotreDame Intermédica. O CEO Jorge Pinheiro destacou que este é um marco histórico para a companhia.
“No ano, entregamos 69,2%, também a melhor sinistralidade para um ano da companhia combinada”, disse.
A adição líquida de vidas também superou as expectativas do mercado, com crescimento de 20 mil clientes no trimestre e 5 mil ao longo do ano.
Alavancagem e fluxo de caixa
A alavancagem subiu ligeiramente, passando de 0,97x EBITDA para 1,06x, ainda abaixo dos 1,43x registrados no quarto trimestre de 2023. A queda sequencial ocorreu devido ao consumo de caixa no trimestre.
A Hapvida gerou um fluxo de caixa livre positivo de R$ 128 milhões, mas utilizou R$ 200 milhões em recompras de ações e teve um impacto negativo de R$ 288 milhões no resultado financeiro.
Judicialização segue como desafio
Os processos judiciais relacionados a clientes questionando a cobertura dos planos continuaram pressionando os balanços. No trimestre, a Hapvida reportou R$ 204 milhões em novos depósitos judiciais, em linha com os R$ 199 milhões do trimestre anterior.
Segundo analistas, a questão da judicialização segue sendo um dos principais desafios para a empresa no curto prazo. O Citi apontou que essa dinâmica será um fator determinante para a performance das ações nos próximos meses.
Expansão da rede e tecnologia
Com o fim da integração com a NotreDame Intermédica, a Hapvida entra em uma nova fase. O foco agora será na ampliação e qualificação da rede própria, além da implementação de soluções tecnológicas avançadas, como inteligência artificial e robotização.
“Agora iniciamos 2025 com uma agenda diferente, voltada para a melhoria da nossa rede e a inovação tecnológica”, afirmou o CEO Jorge Pinheiro.
O mercado agora aguarda as próximas etapas dessa nova fase da Hapvida, com expectativa sobre a execução de sua estratégia e os impactos no desempenho financeiro e operacional da companhia.