Pressão crescente

Com aumento superior à inflação, preço do aluguel triplica em janeiro

O valor médio do aluguel no Brasil teve uma valorização superior à inflação de janeiro, refletindo uma alta nos preços em várias cidades.

Aluguel residencial - Design by Freepik
Aluguel residencial - Design by Freepik
  • Barueri (SP) lidera o ranking, com aluguel de R$ 62,43/m²
  • O aluguel teve uma alta média de 0,96% em janeiro de 2025
  • Expectativa de reversão do movimento de desaceleração dos preços de aluguel

Em janeiro de 2025, o mercado de aluguéis residenciais no Brasil registrou um aumento de 0,96%, segundo dados do Índice FipeZAP de Locação Residencial.

Este aumento é mais de três vezes superior à inflação oficial registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 0,16%.

Esse crescimento reflete uma pressão crescente sobre os preços de locação, que já haviam mostrado uma tendência de valorização nos últimos meses.

Aumento no preço

A maior alta foi observada nos imóveis de três dormitórios, que apresentaram um aumento de 1,17%. Já os imóveis de um dormitório, embora também tenham subido, tiveram o menor crescimento: 0,77%.

O preço médio do aluguel no Brasil, de acordo com a pesquisa, foi de R$ 46,94 por metro quadrado no mês de janeiro. Entre as cidades, Barueri (SP) se destacou como a mais cara, com aluguel de R$ 62,43/m². Contudo, seguida por São Paulo (SP) e Recife (PE). Essa alta é um reflexo da escassez de imóveis e do cenário econômico que impacta diretamente o mercado de locação.

Fatores que impulsionam

Vários fatores explicam o aumento dos preços dos aluguéis, destacando-se o cenário macroeconômico do Brasil. Paula Reis, economista do DataZAP, aponta que o mercado de trabalho tem influenciado fortemente essa dinâmica. Uma vez que, a estabilidade do emprego e o aumento da demanda por moradia acabam pressionando os preços para cima.

Outro ponto importante é a alta taxa de juros, que atualmente se encontra em 13,25% ao ano. A Selic elevada impacta o mercado de vendas de imóveis, o que faz com que mais pessoas optem pelo aluguel. Dessa forma, aumentando a demanda e, consequentemente, os preços.

Além disso, a recomposição do valor real do aluguel, que já ocorreu de maneira considerável nos últimos anos, deixou menos espaço para ajustes significativos nos próximos meses.

Previsões para o mercado

Apesar do aumento de 0,96% em janeiro, a economista Paula Reis afirma que a desaceleração dos reajustes observada em 2024 não será tão acentuada em 2025.

Ela projeta uma possível reversão para um movimento de alta nos preços, especialmente devido à restrição no mercado de vendas. O qual continua sendo afetado pela política monetária e pela taxa de juros elevada.

Além disso, a economista destaca que as perspectivas para o mercado de trabalho em 2025 são favoráveis. Assim, o que pode aumentar a procura por imóveis para aluguel. Isso somado à escassez de imóveis disponíveis e à manutenção de uma taxa de juros alta pode continuar pressionando os preços para cima ao longo deste ano.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.