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Com falas de Lula, Dólar sobe 15% no 1º semestre de 2024

O dólar fechou em alta na última sexta-feira (28), acumulando valorização de mais de 15% no primeiro semestre de 2024.

Imagem/Reprodução
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  • O dólar encerrou em alta na última sexta-feira (28), acumulando uma valorização superior a 15% no primeiro semestre de 2024
  • O câmbio sofreu um impacto negativo após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar novamente o Banco Central do Brasil
  • O Banco Central divulgou, contudo, resultados negativos para as contas do setor público consolidado de maio

O dólar encerrou em alta na última sexta-feira (28), acumulando uma valorização superior a 15% no primeiro semestre de 2024. Cotado a R$ 5,5884, a moeda americana atingiu seu maior valor desde 10 de janeiro de 2022, quando estava a R$ 5,6742.

O câmbio sofreu um impacto negativo após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar novamente o Banco Central do Brasil (BC). Em entrevista à rádio O Tempo, Lula afirmou que o patamar de juros no Brasil “vai melhorar” quando ele indicar o próximo presidente do BC.

Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, comentou que tais declarações aumentam a apreensão no mercado financeiro. “Essas falas trazem receio ao mercado, que entende a sinalização de Lula como uma possibilidade de intervenções que poderiam desestabilizar o controle da inflação e a política monetária do país,” explicou Aral.

Além disso, no cenário doméstico, o Banco Central divulgou resultados negativos para as contas do setor público consolidado de maio, registrando um déficit primário de R$ 63,9 bilhões. Este aumento no déficit contribuiu, portanto, para o pessimismo do mercado, já preocupado com a trajetória fiscal do país.

O conjunto de fatores, tanto políticos quanto econômicos, reforçou, contudo, a pressão sobre a moeda brasileira, resultando na alta significativa do dólar.

Em resumo

O dólar encerrou a sexta-feira (28) com alta de 1,46%, sendo cotado a R$ 5,5884. Durante o dia, a moeda americana atingiu o pico de R$ 5,5982. Esse desempenho, portanto, refletiu-se nos seguintes números acumulados:

  • Avanço de 2,71% na semana;
  • Ganho de 6,46% no mês;
  • Alta de 15,17% no ano.

Na última quinta-feira (27), o dólar havia registrado uma leve queda de 0,20%, fechando a R$ 5,5079.

Como citado, a valorização do dólar neste semestre foi impulsionada por fatores internos e externos. No cenário doméstico, as declarações do presidente Lula voltaram, dessa forma, a impactar o mercado.

Dólar avança frente ao real após críticas de Lula

Nesta sexta-feira (28), o dólar à vista apresenta uma significativa valorização frente ao real brasileiro, após abrir com leve queda. Este movimento ocorre apesar da queda da moeda norte-americana em relação a outras moedas emergentes no cenário internacional. As cotações no mercado brasileiro refletem, dessa forma, a disputa pela formação da taxa Ptax de fim de mês, enquanto os investidores assimilam também os dados de inflação nos Estados Unidos.

Às 13h52, o dólar à vista, contudo, registrou um aumento de 1,12%, sendo cotado a R$ 5,569 para compra e R$ 5,570 para venda, alcançando o pico de R$ 5,58 durante o dia. Na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), o contrato de dólar futuro para agosto, que se tornou o mais líquido hoje, apresentava alta de 1,02%, sendo negociado a R$ 5,559.

A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, é crucial para a liquidação de contratos futuros e tem sido alvo da atenção dos agentes financeiros neste período de fim de mês. Esse fenômeno, contudo, é impulsionado por estratégias dos participantes do mercado, buscando influenciar a taxa de acordo com suas posições compradas ou vendidas em dólar.

Além da dinâmica local, as declarações do presidente Lula tem impactado o cenário. Ele criticou a taxa de juros atual de 10,50% ao ano como inadequada para uma inflação de 4%, sugerindo mudanças na presidência do Banco Central como forma de ajustar essa política econômica. Suas observações, portanto, geraram debates sobre as perspectivas futuras para as políticas monetárias no Brasil, influenciando ainda mais a volatilidade no mercado cambial.

Diante desses elementos, o mercado cambial brasileiro continua operando sob influência de múltiplos fatores, destacando-se a formação da taxa Ptax, os comentários de líderes políticos e os indicadores econômicos globais, todos contribuindo para a atual volatilidade nas cotações entre o dólar e o real.

Internacionalmente, investidores também estão monitorando os dados de inflação nos Estados Unidos, especialmente o índice de preços de despesas pessoais (PCE), que

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